Momentaneamente despercebida a tarde esvai-se do dia
E réstias de hélio teimam nos telhados das moradias
E tons auríferos pingam como chuva na natureza
Na luta para prolongar as penumbras que assombram
Com as sombras que logo já querem banir o que ainda
Resta do translúcido e pintor lento nesta tela a captar o
Erudito desta tarde que no vespertino vai a galopar para
Atrás dos montes que de longe lembram gigantes ou
Montanhas que surgiram com os primeiros choques
Siderais e meus olhos já estão manchados e não
Distingo tão nitidamente a poesia que fluía de fonte
De água pura e daqui a pouco será noite segura
Com tecidos de texturas cosidas com linhas de ébano
E o silêncio é cúmplice e ainda é quebrado por
Arrulhos de pombos ou risos de meninos ou gritos alhures
Ou latidos inconvenientes e a angústia anda com ansiedade
E o desespero bate com convulsões de epiléticos e
Será amanhã um novo dia de manhã? e um novo dia amanhecerá
Para o velho dia? e o velho tem morte fria com incerteza sombria
De sombra cada dia mais próxima da indesejada
Dos dias velhos que o velho deixou pelas sendas das veredas.
BH, 0130402020; Publicado: BH, 020602022.
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