Oiço várias vozes dentro dos meus olvidados ouvidos
E não acredito em nada que essas vozes falam
E dizem que são as moradoras e os moradores
Das minhas moradas e sussurram e ciciam e sibilam e
Balem até e acabam por me confundir e entro
Em dúvidas umas enfileiradas atrás das outras
E termino por não confiar e nem dispor de garantia
Ou segurança e ando bêbado na corda bamba
E totalmente desequilibrado resolvo não mais
Ascultar essas ansiedades com suas agonias pois
Já tenho meus maus desempenhos comigo mesmo
E não estou mais aqui para me entreter com augúrios
E atender interpretações e imprecações ou reminiscências
Descabidas com pedidos variados que jamais
Poderiam ser atendidos e jogo álcool em cima
De todo mundo e jogo cerveja e tento afogar os vagabundos
Pilantras pelintras e jogo mais álcool e entupo de cerveja
E todos ficam tais cachorros molhados a se sacudirem
Para lá e para cá e quase me põem por terra mas
Passos trôpegos subo a pedreira a pisar de pedra
Em pedra até ao altar da montanha sagrada e
Faço da rocha mais reluzente o meu travesseiro.
BH, 090802020; Publicado: BH, 0170602022.
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