Uma frase um dia foi dita pelo maior poeta
Universal que os universos unidos já conheceram
Deixa que os mortos enterrem seus próprios mortos
E o único morto que ainda não teve um morto
Para enterrar é este morto que escreve estas
Palavras mortas nestas linhas mortíferas com
Pensamentos mortais desenterrados de terreiros
Fúnebres é este morto com cara de defunto
Defumado em fogo brando maturado
Enfumaçado nunca teve uma clareza de saber
Dizer uma sabedoria de iluminar uma filosofia
Ou clarificar uma teoria ou tese de nobreza ou
Tema de grandeza pois é só um morto zeloso
Dos seus cadáveres sem cemitérios de suas
Mortes sem catacumbas ou sepulturas de campas
Baixas sem identificações nas lápides lapidadas
Pelos tempos remotos guardião de portais
De ossuários
Cada osso de esqueleto de cada esqueleto de caveira
É uma letra que jaz morta na laje não compõe
Nenhuma palavra viva de santuário ou campo
Consagrado só de obituário ou berçário de anjos
Mórbidos já expulsos da luz teimam em ditar
Versículos profanos aos poetas bebedores que
Se perdem nas madrugadas sujas das orgias.
BH, 0230702020; Publicado: BH, 0150602022.
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