e sigo na saga sem bulir com funambulo
e sem bulir com o sonâmbulo para não fazer
dormir o universo
e quebrar o verso pois o verso há de ser inteiro
e mesmo sem dinheiro
e para quem tem a eternidade de que vale o
mundo passageiro
e para quem tem a imortalidade de que vale a verdade
e tenho a resistência do esqueleto
e a felicidade da caveira que mesmo na solidão
do além não para de sorrir
e a surpreender é que quando acaba a dor
acaba o amor
e esqueço a filosofia
e a psiquiatria
e a psicologia
e a metafísica
e a metáfora
e a dialética
e a ideologia
e passo a ser um ser estoico ermitão peregrino eremita
e um falcão peregrino
ou uma águia harpia
e uma fênix que
ressurge do fogo do fogão do chão
incandescente dos vulcões dos planetas
fantasmas das construções paranormais dos
aglomerados de galáxias doutros universos
doutores inda cobertos pelas névoas das
poeiras cósmicas
e me descubro de repente numa pétala
dum pólen
dum néctar
duma flor espectral astral que subitamente
rompe a aurora além dos cinturões
dimensionais como um sol do rol regurgitado
dum buraco negro.
BH, 01⁰0602021; Publicado: BH, 0130702022.
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