posso vir nunca publicar nenhuma letra
quanto mais uma palavra mas não faz mal
os grandes nomes da literatura mundial
pouco quase nada publicaram das suas
obras-primas então não publicarei sequer
uma única frase faça ideia um período
ou uma estrofe
ou verso
ou soneto sou neto de soweto de poesia de
poema artigo parágrafo mas penso estou aqui
a me aperfeiçoar na arte da enganação
e do fingimento
e se chegar algum entendido a
dizer que é lixo aceito o meu lixo da mesma forma que o ourives aceita o ouro na fôrma
e só não aceito é o luxo para poucos
e a miséria
e a desgraça
e a pobreza
e a opressão
e a marginalidade para muitos
e só não aceito é a justiça para a burguesia
e para a elite
e para a maioria da periferia a injustiça
que é uma agonia
e contra essa monstruosidade
luto todo dia até pôr um fim
a essa deformidade que causa ansiedade
BH, 01501002021; Publicado: BH, 0310902022.
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