em decadência de decrepitude acentuada
na insanidade senil arvorada
com os excessos do álcool inveterado
às escondidas
e a exalar à inhaca do bodun
dos banhos mal tomados
e o bafo de onça de baixio de boca
mal lavada
e de hálito de loca
de sepultura
ou campa aberta
onde cadáver em adiantado estado
de decomposição abandonado
em praça pública
ou em ruela
de beco de favela gueto
e de vala de esgotos a céu aberto
de subúrbios de zonas adjacentes
fantasmas onde lamentavelmente
o estado é ausente ao velho
defunto imundo que outrora compunha
poemas
e em tempos idos idoso
declamava poesias com voz troante
dum maiakóvski com uivo agonizante
dum lobo da estepe
ou dum leão a dominar seu território
e jaz irrisório num catre dum dormitório
a incomodar a vida ávido
se a morte não quis por
má companhia o morto vivo
que não dorme por azia na agonia
BH, 01901002021; Publicado: BH, 01⁰0902022.
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