a flor comemorou a metáfora morta em cima da mesa
e no esquife o vento a embaralhar as vestes
e as chamas que davam uma nova vida à
metáfora dentro do ataúde
e as carpideiras faziam louvações nostálgicas à
vida pregressa da metáfora que nem pedigree tinha
e a boca aberta da sepultura já espera ansiosa
na campa do campo do canto da sala os restos
mortais da metáfora a serem digeridos num sepulcro
e sem uma lápide
e sem um epitáfio
e só um aqui jaz uma metáfora sem nome
e sem sobrenome
e que nem saudades deixou
e nem levou
e o cemitério fechou
e o enterro foi encerrado
e nem no dia dos finados a defunta foi lembrada
ou homenageada
e não fez aniversário de nascimento
e não fez aniversário de morte era uma
metáfora carregada de azar
e sem sorte
e que deixou só dívidas
e má fama pois era um mau elemento para as
más companhias
e foi na literatura da vida a metáfora mais
ordinária
e irrisória possível
e simplória
e piegas
e superficial
e imoral
e fará um estrago danado derradeiro no mundo sobrenatural
BH,01602002020;Publicado:BH,02301002022.
Vamos tomar uma em homenagem à metáfora!
ResponderExcluirTin-tin.
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