federico garcia lorca a declamar bravamente um
poema ou uma poesia de minha autoria se for em
frente dum pelotão de fuzilamento também fará mais
sentido será mais simbólico morrer em vão quando
for morrer é o que não quero não avisa lá por favor
quero morrer em paz quero morrer com amor em luta
contra o terror contra o horror poeta não sente dor
toda dor do ser poeta é dor fingida sente dor quem
não é poeta sente dor quem não é poesia sente dor
quem não é poema soneto sou neto bisneto trisneto
tataraneto de preto brigão de negro confusão não de
pai joão não de pai velho cagão que enfia o rabo entre
as pernas não sabe dizer não sou capoeirista firmo
firmado no arado na foice na enxada no machado
foi-se o dia que ria para a cara feia do feitor do senhor
feudal do capataz medieval do capitão do mato
tradicional agora sou o mato a moita de espinho
cansãnção urtiga se me passar no cu vai coçar vai
queimar até sangrar grito não no primeiro açoite tomo
a chibata na mão não não não comigo não bastião
quieta lá aqui é trovão tempestade furacão coração
fraco cai por terra coração encouraçado aqui é mão de
pilão bate estaca espada de são jorge santo guerreiro
foi-se o tempo agora é foice com martelo bigorna
alavanca cravo bitelo marreta de ferreiro
BH, 050902024; Publicado: BH, 02901002024.
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