Vejo-me agora aqui cego
Sem enxergar-me nem saber porque
Não posso olhar-me no meus
Olhos sem precisar ir ao espelho
Quero olhar-me simplesmente
Ao voltar os olhos para dentro
Do que pode ser chamado
De mim mesmo
Sem precisar dum espelho
Uma luz ou um objeto artificial
Que não me traz nada
Do que pode ter de natural
Não vejo-me a não ser
No espelho do meu quarto
Já estou enjoado de
Olhar para o espelho
Não enxergar-me
Só restos de sonhos migalhas
Do que era nos tempos idos
Do que era nos idos dos tempos
Ainda bem que existe
Uma alternativa adequada
Que não pode ser alterada
Que me mostrará
Sem telas sem radares
Sem sondas sem teares
A minha parte obscura
A parte escondida onde
Refugiou-se o meu ser
O espírito do meu ser
O pensamento a alma
O tudo do meu ser
Agora as pessoas me olham
Não me enxergam
Olham-me não me veem
Vejo-me em tudo em mim
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