Cabeça totalmente vazia que Rimbaud
Budelaire nada reanima tédio
Puro Proust Joyce nenhum para
Acudir-me pensamento no oco total
Ideia nem para se ter uma ideia
De importante nada que seja capaz
De impressionar alguém que se
Impressiona importante todos
Impressionam-se como os mais
Importantes uns doutros saio pela
Tangente à francesa escorrego-me
Do esgoto incólume atravesso a
Praça tão insignificante no centro
Da arena que não chamo a atenção
Do touro não distraio o toureiro
No festival de San Firmino no
Rodeio dos peões de Barretos dos
Boiadeiros só pensava na absurdidade
Que a estupidez é capaz de nos fazer
Chegar para certas coisas temos
Que ser de fato estúpidos ou não
Seremos notados temos que ser
De fato ignorantes ou seremos
Ignorados não sei porque por mais
Que tenhamos diplomas títulos não
Temos forma a nossa fórmula não
Funciona não causa efeito a
Nossa conjectura é um defeito
Sem conserto cansei de olhar para
As mesmas paredes as mesmas
Galerias cansei de olhar não vejo
Mais o azul que impressiona-me
Nem do céu nem do mar é a
Única coisa pela qual quero deixar
Impressionar-me estúpido que sou
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