Asteroide perdido
Sem órbita certa
De forma de estrela
Opaca tenebrosa
Desgarra-se de cada um
Dos planetas telescópicos
Cujas órbitas estão situadas
Entre as de Marte de Júpiter
Olhos com astigmatismo não podem
Ver a estilha entrar na atmosfera
É o defeito duma lente
Que faz convergir irregularmente
Os raios de luz assim
Os objetos passam despercebidos
É perturbação visual que faz
A imagem dum ponto
Aparecer como uma mancha
Fragmento duma coisa dura
Que se quebra no fundo da retina
Somos apenas átomos astrais
Corpos celestes infernais
Invejamos aqueles atores de cinema
Que se tornaram famosos
Viraram constelações
Das quais não somos
Nem as mais insignificantes
Apenas asteroides desgarrados
Solitários em órbitas astronômicas
Sozinhos nas imensidões gigantescas
Anões a faltar perspectiva de resgate
Salvação impossível
À aproximação do buraco negro
O devorador de luz
O vácuo sufocador
Faz o desespero extremo,
Ser a nossa sombra de cada dia
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