terça-feira, 6 de novembro de 2018

A última cartada não terá um naipe; NL, 0190302010; Publicado: BH, 0180502010.

A última cartada não terá um naipe 
De ases não terá a jogada de mestre
O xeque-mate ou a tacada que 
Determinará a genialidade do golfista
A última cartada prostrará por terra os 
Golias os titãs cegará os ciclopes
Assim deixa estar os ousados demais
Metidos os audaciosos da conta cães 
Ladradores ambiciosos com olhos 
Maiores do que as cavidades oculares
Na última cartada virarão areia e os 
Vendavais passarão sobre eles
Sofrerão todas as profecias todas as
Maldições as passadas as vindouras
O jogo não será jogado será interrompido
Não terá reinicio haverá perdedores
Falsos sorrisos palavras fora do contexto
Proferidas todos dirão o que não querem
Falar agirão de maneira inversa do normal
Ouvirão o que não querem ouvir
Quem os feriu? ninguém nos feriu
Se ninguém os feriu por que incomodam
Uns aos outros com tantas imprecauções?
A última cartada foi certeira espalhou a
Cegueira como um ensaio geral a
Tacada final pôr a bola no último buraco
Todos ficarão atônitos com o gesto
Tão inusitado um épico em pleno
Nossos dias um clássico no auge
Do apogeu aculturado na apoteose
Da alienação cultural a esfinge
Passou silenciosa não mandou enigma
Não olhou para os lados deixou as
Marcas do seu silêncio na calçada

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