sábado, 3 de novembro de 2018

Está chegada a hora de ir; NL, 030302010; Publicado: BH, 0220502010.

Está chegada a hora de ir
Não vou me despedir de ninguém ou
Pedir desculpas pelo que fiz ou
Perdão pelo que deixei de fazer
Vou sair de fininho à francesa
Amanhã notarão que não estarei
Aqui se sentirem falta bem
Se não sentirem bem também
Penso que não fiz o mal ou desejei
O mal a quem quer que seja
Porém desejo a todos em dobro
Aquilo que me desejarem
Começarei noutro canto se
Tiver pão como pão se tiver
Brioche como brioche se
Nada tiver bebo água aqui
Suspirei de tédio fiquei muito
Cansado por não acontecer
Nada do parco dinheiro não
Guardei um tostão saio com
Uma mão na frente outra atrás a
Pensar como é que se faz tal
Qual vi outros fazerem tudo deu
Certo como se fossem um Midas
Aonde for serei sempre superficial
Mas deixarei aqui nas asas das libélulas
O meu olhar marcado coisa que ninguém
Irá apagar no vento que balança as
Ramas das plantas do jardim em frente
Na grama nos caules das flores nos
Troncos das árvores no longínquo
Onde estão nas montanhas pegadas
Das minhas retinas em desfile que
Silêncio é esse? é uma borboleta que
Passou no seu voo nossa quase me
Ensurdeceu o barulho das asas magistrais
Ao voar mexeu com o meu imaginário
Na minha bagagem não caberá
Tanta saudade desse hinário

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