quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Palavras não têm poder não transformam-se; NL, 0240502008; Publicado: BH, 070502010.

Palavras não têm poder não transformam-se
Em nada a não ser em bobajadas nada
Mais do que bobajadas deixa de ilusão de
Que a fé remove montanhas ou de que a
Montanha não vem a Maomé Maomé vai a
Montanha a fé passa tu passas Maomé passa a
Montanha fica lá no mesmo lugar até o
Fim dos tempos a não ser que seja formada
Por um minério nobre caro aí então será
Transportada transformada nas indústrias é
O capital o progresso o mercado que ditam
A regra devastar em nome do desenvolvimento
O que Deus criou o homem põe abaixo numa
Ida numa vinda de vento as palavras são vãs
Todas metem-me raiva às vezes ira
Rancor destilam minha cólera fazem-me
Digerir o meu fel descaracterizam-me causam-me
Pânico fazem-me ferver de ódio são todas enganadoras
São todas mentirosas nada será dado nada será
Acrescentado não têm combustão não têm
Substantivos não são verbos só adjuntos
Adjetivos desclassificadores a língua
Temos a língua o idioma que dizem que é
A riqueza de um povo para que? o povo
Vive com fome de letras de palavras não
Tem pão não tem arroz com feijão então o
Povo come a língua come o idioma deixa
De existir como povo não precisa falar não tem
Em que opinar para reclamar da dor bastam
Duas letras o a e o i para chorar não precisa
De palavras apenas de lágrimas para rir bastam
O r o i ou o r o i o a porém o povo não
Tem do que rir tem do que chorar
Do que se lamentar no resto é melancolia
Vaidade que se aprecia na elite na burguesia
No povo nada se tem a apreciar a não ser  na
Hora de eleger os abutres do poder os ratos que vão
Roer as entranhas da nação as aves de rapina que
Denigrem a nossa geração os vermes predadores que
Nos tiram do sério acabam com a nossa razão

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