Se alguém me perguntar o que
Vou fazer agora não sei o que
Responder vou sair por aí para ver
Se encontro alguma resposta para
Apresentar a quem me perguntar
O que será de mim desiludido
Estou com a vida com o amor
Passo o tempo para enganar o tempo
Mas o tempo não é bobo quando
Põe o espelho diante de mim vejo
Que ganhou de goleada
Abro a boca os dentes estão um lixo
Tento pentear os cabelos não encontro
Nenhum fio no alto da cabeça o
Rosto parece uma pele de frango
Cru a flacidez se espalhou para me
Transformar num horror quebrei
Alguns espelhos outros escondi tenho
Medo do que podem apresentar
Da minha luta com o tempo
É que perdi sou o perdedor
O tempo é ganhador age na surdina
Com dissimulação ao acordar
É que verifico que a ressaca que
Sinto não é de álcool ou
De cerveja é a ação do tempo
No meu coração de coração cheio
De pecados mais pecador do que
Pecou Zé Kéti mas também se
Pudesse voltaria aos meus tempos
De rapaz virar menino matreiro
Correr depressa ligeiro nos matos
Nos fundos das casas quintais que nada têm
A ver com essas casas de idosos
Cheias de velhos decrépitos caquéticos
Sem parentes sem lembranças
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