Finda-se este dia a findar-me mais um dia
Que não sei se terá amanhã manhã e
Quem saberá? e olho o anoitecer e meus
Olhos não enxergam mais os besouros a
Voltar às suas tocas e buracos e perguntam
Cadê as borboletas dos entardeceres e dos
Anoiteceres? e cadê os pirilampos e os
Vagalumes e os cu de luz? e cadê os grilos
E os gafanhotos rotos e as libélulas? e cadê
Os sapos e as mariposas e as cigarras? meus
Olhos são olhos de cegos perguntadores e
Não adianta colocar altares em frente e
Nem edifícios ou mesmo luxuosos espigões
E mansões e meus olhos são olhos de
Blimunda mulher de Baltazar Sete-Sóis e
Só querem enxergar lagartas e taruiras e
Lagartixas e só querem enxergar morcegos
E corujas e as constelações mais distantes e
Os aglomerados de galáxias mais longínquas
E conjuntos de exoplanetas noutros sistemas
Solares e o meu olhar pergunta qual é o
Olhar que é mais olhar do que o meu olhar? e
Todos os meus olhares olham embevecidos
Para mim com os fundos dos olhos e todos os
Fundos de olhos são fundamentos profundos
E são azuis e mergulho nestas profundezas
Para enxergar os outros mundos e os outros
Universos e encontro o meu olhar num espelho
Polido de diamante celestial.
BH, 030902019; Publicado: BH, 0100402022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário