Que felicidade encontrar-me aqui
Num dos melhores momentos da vida
Com a pena voadora e o bloco de
Anotações e à mesa da cozinha e falo
Meu bem faze uma obra-prima para
Mim com a tua vida e a pena adquire
Aspirações e orgulhosa e soberba como
Uma dama madame da alta sociedade
Desfila na passarela iluminada e os
Passos vão para a posteridade em forma
De ballet de letras pas de deux de
Palavras e os rastos vão para a
Imortalidade em fórmulas de estrofes
Que não tomo nem conhecimento de tais
Versos e só vou saber o que aconteceu
Horas depois quando leio confusamente
Os rabiscos e quando tento decifrar os
Garranchos que mais parecem registros
Rupestres e nas muitas das vezes me
Emociono e noutras me decepciono e
Depende do que esta mão deixa sobre
Esta laje desta lápide quando não é
Filosofia ou quando não é literatura ou
Quando não é poema ou quando não é
Poesia e ai é um ai atrás doutro ai e o
Semblante cai e me levanto e não dou
Mais graças a Deus por ver a figura
Envelhecida ou a imagem barbuda
Enferrujada no espelho a me assustar
Como se fosse um espantalho medonho e
Como não sei para aonde quebro o
Espelho sem dó se estou só aqui no
Cubículo como se estivesse numa
Quarentena de quaresma com medo de
Ser contaminado na carne fraca por um
Vírus forte e mais letal do que sou.
BH, 0100402020; Publicado BH, 0270502022.
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