Penso que resolvo não resolvo nada
Engabelo embaço enrolo penso que penso
Não penso nada nem sequer falo
Perdi o vocabulário as palavras voaram
Os atos estacionaram na inércia
No inato sem fato espalho boatos
Querem-me a trabalhar como? que
Poderei gerar de trabalho? quê? cadê
A força motriz? querem-me fora da
Cruz livre dos cravos sem a coroa
De cardos na cabeça querem-me
Com cabeça? impossível nesta primavera
Sei deixa vir o verão o inverno
Outono outra primavera escravizar
Assim um pobre coração é necessária
Outra abolição este é o meu consolo
Saber que neste solo encontrarei
Uma espera uma boca aberta na
Esfera mas não esperem nada de mim
Não sois vermes vermes são
O que fazem festim em carnes mortas
Quê? deis de ombros fazeis como
Os pardais voeis para direções opostas
Uns aos outros fazeis restrições
Obstruís meus caminhos derrubais pontes
Explodis estradas sulcais minhas
Costas com as dores dos meus ancestrais
Lavrais-me camaradas o trabalho será
Árduo sou terra infértil terreno ignóbil
Sou nação de seres vis não deixamos
Restos migalhas vestígios nem
Imagens caídas dos céus
Nenhum comentário:
Postar um comentário