segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Não quero saber preciso não querer saber; NL, 0100302010; Publicado: BH, 02100502010.

Não quero saber preciso não querer saber
Chega de saber amanhã meus ossos
Estarão num baú minhas cinzas num sótão
Eu num porão porém não quero saber nem
De mim nem de ninguém de novo
Estou a transbordar sei que nada tenho
Para derramar personalidades modernidades
Celebridades famosos vips quinze minutos
De fama me poupem pelo amor de Deus
Cheguei à uma raríssima conclusão
Quero saber do que ninguém quer saber
Não me importa nada quero ficar deitado a
Latejar num lajedo um eremita um
Ermitão um faquir um Gandhi enrolado
Num lençol para beber leite na cuia meditar
Falar para reis rainhas se resolvermos
Tudo no olho por olho acabaremos todos cegos ao
Beber Quintana passarão águias aves de
Rapina eu borboleta joaninha passarinho quero
Um ninho bem fofo de forro fofinho dormir
De barriga para cima a olhar o azul ao entardecer
Deixar vir o infinito ao escurecer não dormir
Engolir com os olhos a imensidão ser guloso ter
O olhar maior do que o universo e morrer afogado
Engolido pela boca da noite mastigado digerido
Alimento alimentado a alimentar as pedras que
Pulsam não percebemos as rochas que vieram de
Milênios nos trazer mistérios nas suas formas
Aprisionadas nos seus seres disformes que nos
Refletem querem nos contar suas histórias secretas

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