Vigário vigarista
Veio me cobrar a missa
Que pedi para rezar
Em memória da
Minha mãe preta de leite
Vigário vigarista
Veio me cobrar
Quando pedi para batizar
Meu filho bastardo
Que ainda era pagão
E ia morrer de inanição
Antes do tempo de viver
Vigário vigarista
Veio me cobrar
Quando fui à igreja
Com a minha mulher de fé
Para nos casar
E ainda bronqueou
Por não ser devoto
De Nosso Senhor
E antes de sairmos da igreja
Vigário vigarista
Já estava a paquerar
A minha mulher
Numa forma de me amedrontar
Vigário vigarista
Vive a rezar
Mas não perde tempo
E de vez em quando
Dá as suas
A tomar dinheiro dos pobres
A dizer que é para os santos
E segue a cobrar missas
A cobrar batismos
E casamentos também
E a vender água benta
Para perdoar os pecados
Dos seus miseráveis fiéis
E vigário vigarista
Segue a paquerar
A mulher dos outros
E só fala bem
De quem tem
Muito dinheiro
Para pagar o vinho
De cada dia
E desvia a oferta do santo
Vigário vigarista
Só fuma cigarro bom
Será que não é pecado?
Mas o vigário vigarista
Nunca peca às vistas
E nem dorme de touca
E nem come mosca
E passou o conto do vigário
Em toda a própria paróquia.
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