Os mentirosos costumam arcar com as penas de (seu) malefício.
Como um cão falsário exigisse da ovelha pão que garantia
Ter-lhe emprestado, o lobo arrolado qual testemunha não só
Declarou que (ela) devia um (pão), mas assegurou (que eram) dez.
A ovelha, condenada por falso testemunho, pagou o que não devia.
Poucos dias após, a ovelha viu o lobo caído dentro de um fosso.
Disse (ela):
"Esta (pena) é conferida pelos deuses qual prêmio da fraude."
Literatura e política. COLABORE, PIX: (31)988624141
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Pierre de Ronsard, Qual no ramo se vê; BH, 0210902012.
Qual no ramo se vê, no mês de maio, a rosa,
Em bela floração e recente frescor,
Causar inveja ao céu, por sua viva cor,
Quando, ao pranto da aurora, estremece formosa;
Repousam Graça e Amorna pétala cheirosa,
Perfumando o jardim e as plantas ao redor;
Mas, vítima da chuva ou de excessivo ardor,
A se despetalar, fenece a flor mimosa.
Assim, quando floria a tua formosura,
Honrando a terra e o céu tua gentil figura,
Em cinzas se tornou a Parca rigorosa.
Como exéquias recebe o meu pranto e gemido,
Esta jarra de leite, este cesto florido:
O seu corpo há de ser, vivo ou morto, uma rosa.
Em bela floração e recente frescor,
Causar inveja ao céu, por sua viva cor,
Quando, ao pranto da aurora, estremece formosa;
Repousam Graça e Amorna pétala cheirosa,
Perfumando o jardim e as plantas ao redor;
Mas, vítima da chuva ou de excessivo ardor,
A se despetalar, fenece a flor mimosa.
Assim, quando floria a tua formosura,
Honrando a terra e o céu tua gentil figura,
Em cinzas se tornou a Parca rigorosa.
Como exéquias recebe o meu pranto e gemido,
Esta jarra de leite, este cesto florido:
O seu corpo há de ser, vivo ou morto, uma rosa.
Tomás Antônio Gonzaga, Lira XXVI; BH, 0210902012.
Tu não verás, Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separara o hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
No fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fértil cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-as folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fatos da sábia mestra história,
E os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
Eu vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
O cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem teve à mais remota idade
A tua formosura.
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separara o hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
No fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fértil cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-as folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fatos da sábia mestra história,
E os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
Eu vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
O cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem teve à mais remota idade
A tua formosura.
Babilak Bah; BH, 0210902012.
1)
Mais fácil um camelo
Passar no buraco
De uma agulha
Do que um estranho
Entrar na casa de mineiro.
2)
Se desatinas o teu eu com inflamações vis,
Encarnando almas vãs,
Pelo menos educa tua língua...
3)
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNÃOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
4)
A
PEDRA
NÃO OBSERVA
SEUS
PENSAMENTOS
DEPOIS
RECLAMA
DE
SUAS
RUGAS
Mais fácil um camelo
Passar no buraco
De uma agulha
Do que um estranho
Entrar na casa de mineiro.
2)
Se desatinas o teu eu com inflamações vis,
Encarnando almas vãs,
Pelo menos educa tua língua...
3)
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
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JESUSNAOXINGAXANGOJESUSNAOXINGAXANGO
XINGUNOSSOXANGRILAXINGUNOSSOXANGRIIILA
4)
A
PEDRA
NÃO OBSERVA
SEUS
PENSAMENTOS
DEPOIS
RECLAMA
DE
SUAS
RUGAS
Álvaro de Campos/Fernando Pessoa, Que noite serena!; BH, 0210902012.
Que noite serena!
Que lindo luar!
Que linda barquinha
Bailando no mar!
Suave, todo o passado - o que foi aqui de Lisboa - me surge...
O terceiro andar dos dias, o sossego de outrora,
Sossego de várias espécies,
A infância sem futuro pensado,
O ruído aparentemente contínuo da máquina de costura delas,
E tudo bom e a horas,
De um bem e de um a-horas próprio, hoje morto.
Meu Deus, que fiz eu da vida?
Que noite serena!
Que lindo luar!
Que linda barquinha
Bailando no mar!
Quem é que cantava isso?
Isso estava lá.
Lembro-me mas esqueço.
E dói, dói, dói...
Por amor de Deus, parem com isso dentro da minha cabeça.
Que lindo luar!
Que linda barquinha
Bailando no mar!
Suave, todo o passado - o que foi aqui de Lisboa - me surge...
O terceiro andar dos dias, o sossego de outrora,
Sossego de várias espécies,
A infância sem futuro pensado,
O ruído aparentemente contínuo da máquina de costura delas,
E tudo bom e a horas,
De um bem e de um a-horas próprio, hoje morto.
Meu Deus, que fiz eu da vida?
Que noite serena!
Que lindo luar!
Que linda barquinha
Bailando no mar!
Quem é que cantava isso?
Isso estava lá.
Lembro-me mas esqueço.
E dói, dói, dói...
Por amor de Deus, parem com isso dentro da minha cabeça.
Álvaro de Campos/Fernando Pessoa, Quero acabar entre rosas; BH, 0210902012.
Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar.
Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
O que quis?
Tenho as mãos vazias,
Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei?
Tenho a boca seca, abstrata.
O que vivi?
Era tão bom dormir!
(8/12/1931)
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar.
Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
O que quis?
Tenho as mãos vazias,
Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei?
Tenho a boca seca, abstrata.
O que vivi?
Era tão bom dormir!
(8/12/1931)
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Patagônia, 927, 6; BH, 0140802011; Publicado: BH, 0170902012.
Quando as sombras sobem os morros no final
Da tarde a noite cai sobre a terra
Uma tristeza sem fim se apodera de mim
Penso nos meus entes queridos idos nos
Ancestrais nos meus antepassados
Que sofreram bem mais que sou sofrido
Quando se agigantam as penumbras
As silhuetas da noite metem medo
Nas criancinhas nas histórias de assombrações
Meus avôs me vêm à memória com seus causos
Seus casos dos tempos que não voltam mais
Para um poeta polegar um João preso num
Galinheiro a mostrar o dedo ou o outro João
Que trocou uma galinha por três caroços
De feijão os fantasmas da noite são motivos
Para poesias o poeta quer tirar da escuridão
As mesmas histórias dos tempos da infância
Em que quando criança ouvia das
Gameleiras assombradas outras árvores
Inocentes que se transformavam em
Bichos papões a tristeza vem pela saudade
De quem nasceu em cidade do interior
Teve rio lodoso teve tios primos
Avós principalmente avós que nos
Defendiam nos ensinavam as atitudes
Matreiras suspeitas mateiras também quando
Olho as chapadas já encobertas não enxergo
As vegetações neste entardecer domingueiro
De coração de mineiro que não sabe
É uma pena fazer serenata nem é outra
Pena ser seresteiro, nem mais uma pena
Boiadeiro com o aboio triste a reunir
O gado no terreiro chora poeta triste
Derrama tuas lágrimas neste desespero
Amanhã serão outras sombras a ti afogar ou
A lançar tua alma no despenhadeiro
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