poesias são vazias para bolsos cheios as
almas são vadias não querem mais saber de
poemas nem querem mais saber de poesias
são coisas medievais são coisas feudais só
queremos coisas modernas imagens que
valem por mil palavras porém quem faz
imagens que valem por mil palavras só as
faz porque teve que ler reler outras milhões
de palavras entre essas milhões de palavras
as poesias feudais os poemas medievais sem
isso adeus até nunca mais o sol todo dia se
renova em energia a lua toda noite se despe
como uma mulher apaixonada para o seu
amante em alucinação tudo isso é poesia é o
que causa alegria é o que manda a tristeza
embora põe fim à felicidade acaba com a
angústia livra o homem da agonia pode quem
faz essas coisas nunca as ver num santuário
num armário numa biblioteca só esquecidas
num ossuário arcas baús malas velhas gavetas
emperradas de cômodas em caixas de
papelões amarradas com cordões vem alguém
que não conhece o conteúdo que têm com
desdém joga tudo no lixo ou faz uma fogueira
da inquisição lá se esvai a fumaça a levar de
volta ao infinito o que o universo endereçou aos
que privilegiados capturaram essas poesias as
crias esses poemas os bastardos desesperados
BH, 040602025; Publicado: BH, 0150902025.
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