Tu és o louco da imortal loucura, 
O louco da loucura mais suprema. 
A Terra é sempre a tua negra algema, 
Prende-te nela a extrema Desventura.
Mas essa mesma algema de amargura, 
Mas essa mesma Desventura extrema 
Faz que tu’alma suplicando gema 
E rebente em estrelas de ternura.
Tu és o Poeta, o grande Assinalado 
Que povoas o mundo despovoado, 
De belezas eternas, pouco a pouco…
Na Natureza prodigiosa e rica 
Toda a audácia dos nervos justifica 
Os teus espasmos imortais de louco!
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