Se morrer amanhã deixo de herança para quem quiser
Souber aproveitar tudo que já escrevi lavrei nas faces
Universais se não morrer amanhã chegar na vida à uma
Certa idade com a moral elevada já estarei pago recompensado
Pois devido as más línguas há até quem diga que me considera no
Livro dos recordes pois que ser humano algum no mundo jamais
Escreveu tanto igual ou mais do que sou que com todos os
Papéis que já preenchi bati quebrei todos os recordes que
Escrevo sem usar máquina secretária parafernália eletrônica
Computador internet só a usar caneta esferográfica lápis
Papel a mão a cabeça mais nada quem tem boca fala o
Que quer tudo que deu no que deu tudo que saiu no que saiu
Foi acumulado que superou as barreiras de todos aqueles que
Já escreveram artesanalmente braçalmente manualmente sem
Influência uso de tecnologia moderna avançada hoje sei
Que muita gente escreve até através de satélite por meio de
Equipes de escritores fantasmas contratados por meio de
Consultas aos computadores por meio da internet
Por todo tipo de artifício natural ou sobrenatural normal
Anormal paranormal viável inviável escrevo somente
Comigo para mim sem aspirações futuras sem pretensões
Materialistas superficiais supérfluas de sonhos consumistas
Ambições vazias sustentações de mentiras vergonhosas
Se morrer amanhã já deixo declarado aqui
Que não será necessário chorar por mim quem chora por morto
É louco ou mais morto do que o morto não será preciso
De flores velas acesas velório ladainhas
Orações cantigas de embalar defuntos lágrimas sentidas
Se não morrer amanhã também estarei feliz
O moral estará elevado não sentirei falta de nada
Só sentirei falta se um dia acordar ter perdido
A vontade de escrever o tesão de escrever o clítoris
Da escrita aí estarei morto de verdade podeis
Enterrar-me num enterro tradicional com tudo
Que tiver direito inclusive velas flores as choradeiras
As mulheres que ficam na sala a velar o morto
A chorar os amigos que ficam a falar baixinho
Bem do defunto o quanto era gente boa quando
Vivo vivo permanecerei nos fragmentos que deixarei
Mesmo quando me transformar num fragmento
Num efêmero espectral entre o limbo o real
Num resto de pensamento de ondas mentais
O que deixei de linear continuará aí
Na visão na modernidade no concreto
No hai cai no todo tipo de poesia beat noutros
Tipos de manifestações humanas que surgirem pelo
Futuro da humanidade quando mais não pertencer
A este mundo do qual agora tento modificar
Através dos meus atos do meu comportamento das
Minhas palavras posturas política filosofia ética natural
Não estou preocupado em viver além do meu tempo
Não estou preocupado em viver antes do meu tempo estou
Preocupado em viver em fazer com que as pessoas vivam
Mais bem sejam felizes nas órbitas do destino traçado
Nos itinerários que cada um tiver de seguir no
Período em que rastejar pela poeira cósmica do espaço
Não quero destruir meus nervos na minha dor latente
Nas minhas têmporas latejantes pulsantes de tanto
Clamar por justiça paz de tanto almejar satisfação
Enquanto a Terra continua a viagem infinita perfeita
Acima das nossas cabeças pendentes frágeis
Que qualquer ventania quer tirar do lugar
Fazer mudar de opinião a cada passo dado
Pelas esquinas das ruas escondidas da cidade
Pelos muros que margeiam as calçadas as
Paredes das casas que não param de ouvir as
Reclamações as informações os ruídos urbanos
Expelidos pelos primatas sobreviventes da incerteza
Que a cada dia que passa aumenta cada vez
Mais apesar de todos os fatores em evidência
Para exterminar diminuir ou acabar com a espécie
Não têm dado resultado devido o número crescente
De almas dispostas a sofrerem viverem mal ganharem
Pouco não perderem a esperança a fé a paixão
Dum amanhecer melhor mais feliz é isso
É que é bonito de se saber enquanto muitos
Desesperados preferem o suicídio por não suportar a
Baixa auto-estima a depressão o medo a doença
A fraqueza a mentira a falsidade que querem
Sufocar arrancar das veias até a última gota de sangue
Vi hoje um retrato que o meu tio José Antônio Medina
Mandou para o filho dele João Celso Medina em
Comemoração dos seus oitenta anos fiquei emocionado
Pois o meu tio Zé Medina foi um dos ícones que
Marcou a minha infância em Teófilo Otoni
Lembro-me até hoje a festa que era ir à casa
Dele cheia de gaiolas de passarinhos a fábrica de
Doces as brincadeiras com os outros filhos a
Caminhada pela Rio-Bahia a levar nas mãos
Litros de vidro a conter água de coco saudades da
Esposa dele a minha tia Santa já falecida o primo
Abelardo também já falecido morreu a salvar uma pessoa
Que caiu numa cisterna o primo Geraldo que morreu
Atropelado na Rio-Bahia pelo carro do filho do
Seu Menezes dono da farmácia onde ganhava
Um tostão para levar injeção senão não tinha
Jeito ficava doente não deixava aplicar
Lembro-me também duma outra foto do meu tio com
Um filho recém-nascido morto no caixãozinho
Em pé gigantesco a segurar a tampa com uma mão
Com a outra na cintura a olhar compenetrado o filho
Morto no caixão à sua frente chocante deveras
Em tempo: meu tio José Antônio Medina é irmão
Do meu pai Nestor Antônio Medina que ainda
Tem outros irmãos Antenor falecido Hugolino
Falecido Miguel falecido a minha tia Rosa
Medina a grande lapidadora de pedras de
Teófilo Otoni também outro ícone de minha infância
Agora chega de saudosismo saudade
Bola para a frente que atrás vem gente apesar que
É sempre bom lembrar dos parentes que nos ajudaram
A nos formar fizeram parte de nossas vidas que hoje
Nem sabemos onde estão também talvez nem
Se lembram mais de que existimos sentimos saudades
Não deixamos de pedir a Deus para que Deus
Possa dá-los saúde contentamentos felicidades
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