segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O povo é o sangue o ar a água; BH, 0140102000; Publicado: BH, 020903013.

O povo é o sangue o ar a água
O povo é a única coisa que esses chamados homens
Deveriam respeito contas opiniões palavra atos de grandeza
Porém são uns mesquinhos sujos enlameados
Corruptos ladrões aproveitadores da inocência
Da boa vontade da passividade caridade do elemento povo
Só mesmo pólvora gasolina só mesmo nitroglicerina
Para fazer com que os homens curvem a cabeça
Quando passarem diante dum legítimo exemplar
De homem comum que forma a nação brasileira
É uma pena que nós do povo não podemos
Nos impor nos fazer respeitar exigir ação
Temos nossas obrigações afazeres de sobrevivência
Com o salário mínimo que é uma decadência
Temos os nossos filhos as nossas mulheres a quem temos
Que assistir cuidar não podemos cair
Numa clandestinidade duma luta armada
Pena que não podemos nos fazer conhecer
Senão a família ia ficar abandonada
Sofreria as consequências de nossos atos
De revolta rebeldia indignação
Mas se precisam duma lição severa
Para entrar para a história duma
Vez por todas isso estão a precisar
É uma lição de sangue de suor
De areia de terra de pedra de cascalhos
Não uma lição de mordomias
Uma lição de mamatas de negociatas
Uma lição de boa vida de bom gosto mas
Uma lição amarga de mágoa de dor
De mancha de nódoa para deixar
A alma marcada para a eternidade
Para deixar o espírito quebrantado
Para todo o sempre com o remorso
A dor de consciência o arrependimento
Nunca mais apareceriam na televisão
A rir a zombar da nossa cara
Aí o dia em que quiserem
Tomar uma atitude contra o povo
Pensariam duas vezes não mais
Menosprezariam a organização a união
Dos verdadeiros homens desta nação
Tem que ser agora antes tem que ser
Não podemos esperar mais promessas
Por medidas provisórias por verbas que
Nunca resolverão os nossos problemas só os das excelências
Não podemos esperar mais por mentiras
Por privatizações desonestas injustas
Tem que chegara nossa vez ou
Ficarei maluco ou ficaremos malucos
Não suporto mais tanto cinismo
Tanto sarcasmo falsidade ficção
Não aguento mais tata nojeira
É decepção demais para mim
Não sei se devo falar em nome de todos
Não sei se devo falar em meu nome
Nem sei se devo falar algo
Nem sei se sei falar alguma coisa
Só sei que quero deixar aqui o meu rancor
Quero deixar aqui o meu vômito
O meu suco gástrico a minha bílis
Quero deixar aqui a minha adrenalina
Ou acabemos com eles ou acabam conosco
Não podemos é ficar na inércia
Na lassidão do corpo da mente
Na preguiça ignorância mental
Não podemos é deixar que o nosso destino
Seja traçado por homens que nos envergonham
Se envergonham de olhar em nossos olhos
Falsos homens que não merecem nem o ar que respiram
Não podemos deixar nossas vidas serem regidas
Por esses crápulas sem escrúpulos razões
Esses cadáveres que nem os abutres querem
Corroer as carnes apodrecidas cujos vermes
Fogem de nojo de asco do próprio asco
O papel em branco está aqui à minha frente
A minha mão está aqui na ponta do meu
Braço ao longo dos meus dedos a caneta
De cor azul cuja tinta decorre ávida
A deixar os fragmentos deste texto que
Mostram as vísceras da indignação
As ideias estavam adormecidas acordaram
O pensamento despertou com a luz da razão
O ideal gerou a ação da vontade de libertar
Da vontade de liberdade da coragem
Da vontade da verdade da fé
Quero estar caduco um dia pegar
Este papel quase em branco relê-lo
Reescrevê-lo admirá-lo amá-lo
Como se fosse um filho desejado ou
Um neto amado ou um ser adormecido
Quero na minha velhice desfrutar
Do prazer da leitura que vai me causar,
Tal qual o prazer que sinto agora ao escrever
Os meus orgasmos os meus gozos clímax
Nesta folha de papel quase em branco
Quando já não existir mais
Esta folha de papel existirá por mim
Pois desde já não existi agora
Ao preencher os brancos desta folha de papel
Posso existir como se fosse esta folha uma folha de papel (2)

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