A pessoa do Pessoa são infinitas pessoas
Todas pessoas são moradias de inúmeras pessoas
Apessoadas com a poesia
A poesia é uma pessoa depois do Pessoa
Quem vai a Portugal faz a viagem de volta das
Grandes Navegações dos destemidos
Marinheiros acorrentados às correntes marinhas
As naus partiam felizes dos portos medievais
Muitas vezes
Nas quais nem sempre era no mar manhã
Volviam as naus infelizes
Quando era no mar manhã
Castelã desse castelo medieval
Que sonha com a navegação infalível
A pedra calejada pelo tempo
Alicerce em cima do qual
Foi erguido o castelo medieval
Com suas paredes de pedras testemunhas
Da consciência das eras adormecidas
Bailam as ondas orquestradas nos escolhos dos abismos
Nos enegrecidos paredões esculpidos pelo vento
Obra de arte do sereno orvalho brisa
Sobre os rostos das pedreiras históricas
Que a tudo acompanham dos altos dos seus cimos
Dos pilares das suas colunas
Pilastras que olhos de pessoas não enxergam
São olhos famintos por sangue
Olhos de quem sente fome de carne
Osso nervo pele gordura músculo
Há pessoas que se pensam pessoas
Pessoa não se pensava pessoa
Se pensava pessoas
Colocou em prática o seu pensamento
Deu vida à todas as pessoas
Que jaziam mortas ou adormecidas dentro de si
Deu obra-prima a todo pensamento fruto
Do próprio Pessoa
Frutas das próprias pessoas maravilhadas
Pela maravilha do Pessoa
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