Afasta-te estou a desfazer-me
A livrar-me dos meus líquidos pelos
Poros pelos olhos a dissolver-me ao andar
Trabalhar ligeiro pelo meu fim vejas
Estou a desimpedir meu corpo a livrar do
Embaraço da vida o meu ser ao desembaraçar-me
Em benefício da morte expedito no
Movimento ágil nos elementos desimpedido
Na natureza como o que não tem embaraços
Posso morrer desembaraçado virar um cartucho
Que vieram tirar a bala virar uma arma
De fogo que vieram tirar o cartucho uma
Embalagem sem nada dentro um cadáver que
Serviu para desembalar o caixão afasta-te
Vou descoser-me desmanchar a bainha
Da minha costura desembainhar-me para não
Mais ser desprimoroso não mais serei
Chamado de desairoso ninguém vai mais
Dizer que não sou elegante pois geralmente
Defunto não é deselegante todo defunto
Que conheci foi encomendado despachado
Bem vestido arrumado é esta a minha
Intenção meu desígnio é este é a concupiscência
Do meu coração no fim do apetite carnal
Do abrir mão da cobiça da aspiração à inspiração
Imaginação que nunca povoaram-me é o
Bastar do ato de desejar o que é digno é
A morte do desejo do bom destino desejável
Do ter gosto dum empenho o eterno cobiçar
Querer apetecer sem pensar escravo da
Vontade do mal educar do estragar
Da educação a vergonha do deseducar
O descrédito pela mácula pelo efeito de
Desdourar pelo desenvolvimento do desdouro
Que expõe o desdobrar das trevas o desdobre da
Escuridão a penumbra desdobrável que
Não será o envidar de todos os esforços da
Luz que irá fracionar ou dividi-los como
Se fossem em turnos nem irá abrir ou
Estender como algo que estava dobrado
Agora quer negar desmentir as sombras
Contradizer o escuro desdizer a infelicidade
Esconder da desgraça a falta da dita a
Desdita causada pela ida da luz a alma
Desgraçada a pessoa infeliz o ser desditoso
Não mudará se não aceitar o raio de sol
Se não abrir a janela escancarar a
Porta destelhar a casa sem receio
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