Nasci no lado escuro da lua
Onde o sol nunca nasceu
A vida nunca existiu
Nasci no outro lado da lua
Onde o calor nunca existiu
O frio é o imperador
As trevas são infinitas
É por isso que
Falo tanto na morte
Porque sou a morte
Estou do lado da morte
Estou na morte
A morte está em mim
Pois não pretendo ser
Surpreendido por ela
Nem com a minha morte
Nem com a morte
Dalgum dos meus primatas
Nasci do lado escuro da lua
Para aonde vão os espíritos
Que não merecem o céu
Nem merecem o inferno
Não merecem a luz
Nem merecem o vácuo
Só as trevas da imensidão
O silêncio do frio das montanhas
Formadas por gelos milenares
Que não são brancos como a neve
Sim negros feito petróleo
Onde a neve não é branca
É também densa igual
A uma pálpebra de cadáver rígido
É por isso que em mim
É indiferente a existência ou não
Da inteligência do saber
Do conhecimento da razão
Em mim é indiferente a vida
O ato de contemplação
Da face iluminada da lua
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