terça-feira, 2 de abril de 2019

Ao morrer as crianças; RJ, 0160401997; Publicado: BH, 0110602011.

Ao morrer as crianças
Morre-se a poesia junto
Morre-se o poema
Toda a forma de linguagem
De comunicação
A olhar o mundo inteiro
O que mais nós vemos
É criança a morrer
Como gostamos de matar criança
Nunca vi nada igual
Somos tão evoluídos
Temos computadores
Telefones sem fios
Navegamos na internet
Temos bombas atômicas
Plataformas no espaço
Homens no fundo do mar
Temos tudo que é moderno
Que nos facilita a vida
Impede-nos de pensar
É até por isso que penso
Que matamos crianças
Como não precisamos pensar
Já recebemos tudo mastigado
Esquecemos que nós também
Já fomos criança um dia
Ao morrer a criança
Morre tudo que somos
Morremos juntos
Não matemos nossas crianças
Vamos preservá-las
Ainda pode haver tempo

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