terça-feira, 2 de abril de 2019

O que mais me expressa admiração; BH, 020701000; Publicado: BH, 0110602011.

O que mais me expressa admiração
Surpresa de alegria
É perceber que às vezes
Até que consigo
Engendrar uma frase lúcida
Com princípio meio fim
A dor que se emprega
Enfaticamente junto às palavras
É a dor física
O grito de aflição
De ver o irmão caído
Aí neste lugar
Neste momento
Não poder dar a mão
A mão que expressa aplauso
Incitação à violência
Malícia da ação
Na calada da noite
Abandono da madrugada
No quarto da criada
Dama de companhia
Ninguém sabe o que acontecia
Só quando o dia nascia
A carne estava saciada
A aia cedia
Não chorava não resistia nem gemia
Parecia uma índia aimorés da
Tribo que habitava
A costa centro-oeste do Brasil
Nos séculos XVI XVII
Ainda hoje me faz lembrar
Dos gostos dos jeitos das cores
Que até agora permanecem
Então ficam na memória
Novamente vêm à tona
Sem motivo algum
Além disso era um
Sonho juvenil
Que também pudera
Com tanta impetuosidade
Não havia porta nem parede
Se algum dia o cheiro fugia
Do corpo dela me pegava
De cheio no meio da noite

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