segunda-feira, 26 de junho de 2017

Porque escreves tanto assim rapaz? BH, 0240602017; Publicado: BH, 0260602017.

Porque escreves tanto assim rapaz?
Chega já é demais é que procuro no escuro
A consagração das minhas letras a perfeição
Das minhas palavras nas trevas frias se
Procurasses ouro prata incenso mirra
Encontrarias em manjedouras de estrebarias
Há os que procuram pérolas no meio dos
Porcos conforto no meio dos ratos holofotes
Entre os mortos prefiro esmiuçar as infinitas
Letras contar as incontáveis palavras
Queres muito pouco ou quase nada melhor
É contar dinheiro o restante é poeira na
Estrada contarei estrelas que valem mais
Colecionarei universos a ti deixarei os
Bens materiais fala como se fosses profeta
Sacerdote superior assecla dalgum deus
Conclusões tuas tenho medo de tornar-me
Também um iscariote a engolir moedas
Como se fosse um cofre tenho é pena de ti
Pobre diabo não tens nem o que comer
Queres embriagar-te? com toda licença
Poética sem falsa modéstia na poesia nem
Só de pão vive o homem não transformarei
Água em vinho como querias compilas
Versículos alheios se queres pelo menos a
Altura do urubu tira tu algo novo do baú
Estás a cobrar-me como uma cobra a ser
Exigente tal a uma serpente vil igual a um
Réptil comigo não é assim tudo flui
Naturalmente mentes igual a todo mentiroso
Não respeitas velho a tua idade mentes
Até quando falas a verdade? todos fingimos
Nunca quis dizer que seja dono de nada
Quanto mais da verdade não perderei mais
O meu tempo com quem não pode dar-me
Nenhum perdeste tempo porque quisestes
Por ventura nas minhas reminiscências
Prometi-te algum? afasta-te com teu bodum

sábado, 24 de junho de 2017

A descontinuidade é a do desgostoso; BH, 0140402001; Publicado: BH, 020902014.

A descontinuidade é a do desgostoso
Do triste do insatisfeito do descontente que
Nunca poderá estar contente com nada
Por exemplo só sei descontentar-me
Contrariar-me demonstro o meu enorme
Descontentamento em tudo que faço
É grande a falta de contentamento parece
Eterno o desagrado não há como resgatar
O leite já derramado depois de se abater
O valor nominal ninguém paga o mesmo
Preço se quero pagar ou receber um
Título de crédito antes do vencimento
Mediante ou não desconto só com trato
De sangue não entra o descontar da nossa
Desconsolação não entra o desconsolo é
Só o desanimar nascemos assim o que é
Que haveremos de fazer? só entristecer cada
Vez mais afligir desconsolar a esperar
A morte que não aflige não entristece
Não desgosta nem desconsola a morte
Não pode ser coisa de tristeza pelo menos
Para quem morre a morte deve servir
Pelo menos como prêmio de consolação a
Vida é só para desacreditar a vida é
Só para tratar sem respeito ou consideração
A vida é só para não considerar não
Examinar convenientemente desconsiderar
Qualquer ação apesar de toda desconsideração
De todo desrespeito falta de consideração
De respeito tenho um alento quando
Morrer as pedras chorarão por mim as árvores
As matas os matos ruins os céus as nuvens
Também chorarão por mim o sol a lua as
Estrelas os caminhos as estradas as paredes
Os muros as sacadas as ervas as relvas dos
Jardins também chorarão por mim os
Espermatozoides expelidos nas zonas de
Prostituição nas sarjetas das prostitutas
Dos prostíbulos pagas com dinheiro sujo
Os cadáveres a carne já podre os vermes
Toda abundância de animais sem ossos
Sem sangue que se agita por entre membros
Tumefactos chorarão por mim os mundos os
Planetas os universos as almas os espíritos
Neste meu alento é que todos chorarão por
Mim o tudo o nada chorarão por mim

O progresso vive em falta; BH, 0190402001; Publicado: BH, 020902014.

O progresso vive em falta
De ajustamento com o meio ambiente
É caro o preço que se tem a pagar
Em nome da evolução do futuro
A industrialização acelera o desajustar
A globalização aumenta o desordenar
A transformar com o neoliberalismo
Sua importação predatória a
Ciranda financeira que vem romper
O entrosamento o entendimento com
O ambiente a gerar poluição desastre
Ecológico crimes contra a natureza
Se a nação não desalbardar não
Tirar a albarda desaleitar desmamar
Os grupos estrangeiros que só pensam
Em fatiar o país só pensam em desalentar
Através do lucro fácil rápido o nosso
Destino será outro bem diferente
Será o alento perdido o ânimo sumido
O esmorecer do amanhecer à noite o
Desanimar ao vermos nosso desajustamento
Vermos nosso homem desajustado igual
Indivíduo que não está não
Se sente ajustado à sociedade
Ao ciclo vicioso da burguesia
Ao desajuizar da elite da classe
Política que teimam em entontecer
Acabar com o juízo do povo com
Ações de lama podridões com
Comportamentos que levam o homem
Honesto racional a desajuizar da noite
Para o dia a estorvar a razão a
Passar a não acreditar em nada
Devido o âmbito de desfavorecer o povo
Do congresso em não ajudar a nação
Fazer questão de ocultar as falcatruas
Encobrir as maracutaias corrupções
A impedir a apuração a investigação
Instalação de CPIs isto é que é desajudar
Enfraquecer a democracia

Busco desoprimir as emoções que querem estrangular-me; BH, 0190402001; Publicado: BH, 020902014.

Busco desoprimir as emoções que querem estrangular-me
Busco sensações a aliviar os sofrimentos
Soltar os pensamentos
Desligar do ajoujo
Igual aos animais
Busco desunir-me da vida material
Desajoujar os sentimentos que querem ferir-me
Matar ocultar tudo que parte de mim
Tornam-me inconveniente
Dizem que não é assim
Tornam-me indecoroso
Falam que é ruim
De teor desairoso
Que só causam-me o desdoroso
Vexame nas esquinas
Falta de decoro nos bares
Inconveniência nas ruas
Que sigo sempre vazio de elegância
De distinção
Realmente, tento afastar o
Desaire tento viver longe do que quer
Tirar o merecimento do que sai de mim
Que posso fazer para não desairar? não
Gritar enraivecido como o falcão privado
De carne? querem amansar-me ao privar-me
De mim não deixarei que venham
Desairar-me em hipótese alguma
Não sou uma doença nos cascos dos
Cavalos não sofro de desainadura
Um ser a agastar-se com outro é fácil
Um ente a contender a rixar é mais fácil
Ainda uma pessoa desaguirar com
Outra é rápido o difícil é amar
É despejar-se em elogios vazar-se
Para encher um semelhante descarregar-se
Lançar-se entrar em alguém
Igual a água dum rio no mar
Num lago ou no leito doutro rio
Podes enxugar as tuas lágrimas não
Chorarei mais por mim podes esgotar
A água do teu corpo não irei desaguar
Em texto algum um dia irão talvez
Dissociar-me alguém quererá imagino
Desafrontar-me vingar as injustiças
Que sofro a emendar o agravo do
Juiz inferior ao dar provimento com
Satisfação ao reparar a ofensa o insulto

Leio escrevo falo escuto porém; BH, 0150402001; Publicado: BH, 0300802014.

Leio escrevo falo e escuto porém
Não consigo superar o desentendimento que
Impera dentro de mim ando sou livre
Rio viajo como bebo não venço o tal
Desconserto que escondo no íntimo
Quanto mais tento acertar mais vejo o
Desacerto apertar-me o pescoço sinto o
Desconjuntar engasgado na goela o
Intestino desarranjar-se à toa o organismo
Desconsertar-se ruir igual a um esqueleto
Desconjuntado dum corpo desarranjado
Dum espírito desconsertado preciso
Acostumar-me desacatar a alma
Preciso afastar o que quer ofender-me
Esconjurar-me tudo age para desconjurar
O simulacro que me forma só sabem fazer
Imitação reprodução imperfeita falsa
Aparência fingimento tirar-me fora
Das juntas ao deslocar-me das articulações olhar
Enquanto me vejam desfazer-me em espectro
De luz tudo por causa da ingratidão da
Ignorância que mantenho a morar no cérebro
Por falta de conhecimento da mente de
Desconhecer da memória faço tudo que
Manda o figurino só não consigo desde menino
Afastar o desconhecimento que apaga o
Meu tino que torna-me pessoa sem credenciais
Estranha ignorada de aspecto incógnito
Que não é conhecido desconhecido até
Por si próprio não é de estranhar não
É de ignorar é para não conhecer mesmo o
Bom fluído do trânsito livrou de congestão a
Descongestionar as entranhas com medicamento
Descongestionante que descongestiona os ossos
Os nervos a medula os líquidos a liquefazer
O que estava congelado derrete o iceberg a
Descongelar as geleiras seculares do ser ai
Por minha fé acabar do desânimo pôr-me
De pé chega da falta de conforto basta de
Desconsolo pois o desconforto limita o
Ilimitado é o que é o desproporcionado o que
Não é conforme com nada é desconforme com
Tudo não conhece o impossível nem a dor

Sinto pena do soberbo apiedo-me; BH, 0140402001; Publicado: BH, 01º0902014.

Sinto pena do soberbo apiedo-me
Do altivo ao que liga pouca importância
Ao amor à paz esse então não é nem capaz
De angariar caridade de mim o desdenhoso
Em que tem há desdém em tudo só espero
O dia em que o ver menoscabar motejar
Diante do carrasco desprezar com altivez o
Que apertará o gatilho nessa hora passará
Não irá mostrar afetação nem desdenhar
Será o fim do desprezo com orgulho quererá até
Reabilitar-se porém o gatilho já foi apertado
A bala já saiu pelo cano em direção ao
Seu coração desde já não há como a evitar
A começar daí é só cair a partir desse
Momento será o fim do movimento
Doravante é expulso da natureza nesse
Instante param os elementos inicia-se o
Descurar o não amar o real desprezar o total
Abandonar o iniciar-se o não tratar chora
O último choro como se fosse desculpável
Fala como se fosse alguém que pode ser até
Desculpado mostra intenção de ser perdoável
Aí vai pretextar a Deus a pensar que Deus vai
Perdoar justificar escusar as ações pensa
Que Deus é de destruir atenuar a culpa
De quem nunca soube desculpar alguém
Implora desculpa mostra ausência de
Culpa pede perdão fala em escusa em
Pretexto em vida sempre agiu com descuido
A frisar o esquecimento a apelar à inadvertência
A espalhar a negligência com falta de cuidado
De atenção de descuido ao pensar que
Com o seu coração nada poderá acontecer
Veja aí veio o gatuno que age a aproveitar
De distração da vítima zás delapidou o peito
Do incauto surrupiou a alma do descuidado
Era um descuidista que não vive a relaxar-se
Não anda para desprevenir-se fica só a distrair
Como a não fazer caro pega o que só sabe se
Descuidar a retratar sem cuidado leva para
O buraco negro a boca de forno a chaminé de
Fumaça adeus desleixado adeus precipitado
Que tinha o ar tranquilo o espírito cruzado
Agora para descruzar-se para separar-se dos
Fantasmas do limbo lá não há como descriminar
Não dá para viver com descrição ser descritivo
Lá serás difícil absolver-se de qualquer crime
Inocentar nem pensar representação ou pintura
Dalguma coisa? não fala ou escrita não traçar
Plano de fuga nem se expor contar
Minuciosamente narrar a vida sem emoção

Afasta-te estou a desfazer-me; BH, 0140402001; Publicado: BH, 01º0902014.

Afasta-te estou a desfazer-me
A livrar-me dos meus líquidos pelos
Poros pelos olhos a dissolver-me ao andar
Trabalhar ligeiro pelo meu fim vejas
Estou a desimpedir meu corpo a livrar do
Embaraço da vida o meu ser ao desembaraçar-me
Em benefício da morte expedito no
Movimento ágil nos elementos desimpedido
Na natureza como o que não tem embaraços
Posso morrer desembaraçado virar um cartucho
Que vieram tirar a bala virar uma arma
De fogo que vieram tirar o cartucho uma
Embalagem sem nada dentro um cadáver que
Serviu para desembalar o caixão afasta-te
Vou descoser-me desmanchar a bainha
Da minha costura desembainhar-me para não
Mais ser desprimoroso não mais serei
Chamado de desairoso ninguém vai mais
Dizer que não sou elegante pois geralmente
Defunto não é deselegante todo defunto
Que conheci foi encomendado despachado
Bem vestido arrumado é esta a minha
Intenção meu desígnio é este é a concupiscência
Do meu coração no fim do apetite carnal
Do abrir mão da cobiça da aspiração à inspiração
Imaginação que nunca povoaram-me é o
Bastar do ato de desejar o que é digno é
A morte do desejo do bom destino desejável
Do ter gosto dum empenho o eterno cobiçar
Querer apetecer sem pensar escravo da
Vontade do mal educar do estragar
Da educação a vergonha do deseducar
O descrédito pela mácula pelo efeito de
Desdourar pelo desenvolvimento do desdouro
Que expõe o desdobrar das trevas o desdobre da
Escuridão a penumbra desdobrável que
Não será o envidar de todos os esforços da
Luz que irá fracionar ou dividi-los como
Se fossem em turnos nem irá abrir ou
Estender como algo que estava dobrado
Agora quer negar desmentir as sombras
Contradizer o escuro desdizer a infelicidade
Esconder da desgraça a falta da dita a
Desdita causada pela ida da luz a alma
Desgraçada a pessoa infeliz o ser desditoso
Não mudará se não aceitar o raio de sol
Se não abrir a janela escancarar a
Porta destelhar a casa sem receio