segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 10; BH, 0130802012; Publicado: BH, 02401102014.

Cérebro dorminhoco letárgico preguiçoso cérebro
Inerte em repouso estacionado se procurar
Um pensamento nele não encontra
Se procurar uma ideia não acha nada
Se precisar duma ajuda uma alavanca
Uma solução fica a papar moscas
Cérebro sonolento não acorda nem
Com o barulho do vento o marulho das
Ondas do mar o farfalhar da brisa
Nas folhagens não provoca uma excitação
Uma ereção nem libera a libido
O testosterona cérebro de velho senil
Decrépito degenerado quantas vezes bati
Nele com a tábua de bater bifes não
Amolecia nunca? enervava endurecia
Ficava impróprio ao consumo quantas
Vezes fazia com ele massa de bolo de
Pão não dava ponto? o bolo pubava
O pão mirrava quantas letras procurei
Nos baús? quantas palavras nos labirintos?
Por mais que me embrenhava
Perdia-me desistia de dar vida
À esta natureza morta inventei
Engenhocas moinhos máquinas do tempo
Usinas de vinhos aríetes destruidoras de
Muralhas não engendrava estas
Paredes insondáveis quantas vezes perscrutei
No céu deste universo naves espaciais discos
Voadores? esperei em campos de pouso
A chegada dum nada de novo
Cérebro solitário perdido em órbitas
Pelo infinito errante em elipses por
Ter o campo gravitacional menor
Do que a força doutros astros cérebro
Satélite de todos os cérebros

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