Meus inimigos moram todos dentro de mim nas
Minhas moradas são meus hóspedes não
Pagam aluguel meus inquilinos são
Meus adversários perturbam meu sono
Não me deixam sonhar causam-me
Mil pesadelos em cada caos que me
Habita há um universo em colisão
Mundo em tempestade não são
Simpáticos a mim quando os olho
Fazem caretas negaças moleques
Pregam-me peças não os domino como
Se estivesse de muito longe tão aqui
Perto do lado de dentro não os controlo
Personagens inquietos irritantes coadjuvantes
Protagonizam cenas de filmes de terror
De obras de horror de literaturas que
Não deixarão antologias de herança
Meus condôminos inadimplentes causam-me
Débito crise meus inimigos juntos comigo
Escravizam-me fazem o que querem
Não há escapatória não há
Alternativa tenho que hospedá-los em
Minha hospedaria são muitos exigentes
Se alimentam bebem sorvem-se
Da minh'alma sugam o meu espírito
O meu ser míngua me torno todo
Em pele osso passo pelos anos esqueleto
Enigmático anônimo irreconhecível
Entro em casas casas de cupins picumã
Teias de aranhas revolto-me com
Eles os expulso resistem rebelam-se
Mas ao primeiro raio de sol até os
Que não corriam da cruz os que
Não afugentavam-se com alho
Disparam-se desesperados pelas estradas
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