É quando o sol desaparece.
Admiro, à sombra de uma arcada,
O resto de luz que incendeia
O instante final da jornada.
Nas terras, que a noite circunda,
Eu fico olhando, com emoção,
Um velho que lança, aos punhados,
A messe futura no chão.
Erguido e sombrio, o seu vulto,
No torrão lavrado, crescia.
Senti quanto ele acreditava
Na fecunda evasão do dia.
O campo imenso palmilhando,
Vai, vem, joga ao longe a semente,
Reabre a mão e remoça.
Maldito, anônimo vidente,
Enquanto, alargando os seus véus,
A sombra, que um rumor permeia,
Parece levar às estrelas
O gesto augusto que semeia.
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