Aonde andará,
Meu amigo Fernando,
Cujo dedo polegar,
Vibrava sozinho
E sem controle;
Por onde anda,
Meu amigo Fernando,
Sua careca escarlate,
A barriga colossal,
E o chiado no ouvido,
Das meninas que passavam na calçada:
Te adorei;
Onde anda esse meu amigo,
Agora me deu
Saudades dele;
Tinha se mudado para Alagoas,
Para viver com os irmãos,
Pois aqui no Rio de Janeiro,
A vida não está fácil não;
Trabalhou na Cedae,
Trabalhou na Cet,
Trabalhou na polícia,
E tinha três carteiras funcionais,
Que exibia com orgulho;
Fernando:
Onde tu estiveres,
De repente me lembrei de ti,
E sou o Ivan,
Que tinha um bar na Rua do Rezende,
Onde tu fazias a mímica do canto,
Na hora em que tocava a Nona Sinfonia.
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