Quem és? que queres aqui?
Não te conhecemos quem és? dão-me a
Alcunha de poeta uns, outros de
Bardo aedo dão-te essas alcunhas
O que nos dizes? nada
Tenho a dizer-vos nasci mudo de infância
Falo pelos olhos cílios pestanas orelhas
Mas não nos respondeste o que queres
Aqui? nem sei o que é isto aqui
Quanto mais o que quero aqui o que quero
Procuro desde que morri desde que virei esta
Coisa indecifrável que nem mesmo
Sei o que é em qualquer lugar em que
Paro para abastecer-me de provisões
Há sempre arguições levas drogas contigo
LSD maconha peyote cocaína? não
Nenhuma nada dessas não as drogas
Que levo comigo são as drogas das minhas
Letras as drogas das minhas palavras das
Minhas escritas com as quais tento
Viciar a mim a outrem acenderei a
Luz para que possamos enxergar-te melhor
Não sou fotofóbico contraio-me retraio-me
Na presença da luz só sinto-me em
Segurança no escuro onde estamos mas não
Temos assim tanta abominação pela luz
Como tens um pouco de luz até reanima o
Nosso semblante o meu a luz apaga ainda mais
A total penumbra protege-me as sombras
Escondem-me acomoda-te a um canto
Velaremos-te provaremos do sabor
Amargo das tuas drogas sentiremos o
Efeito colateral seguiremos junto contigo no
Amanhecer ao rumo do fundo da inexistência
Nenhum comentário:
Postar um comentário