Bati com a cabeça na pedra tum tum tum
Da pedra sangrou sangue da cabeça sangrou
Água da fenda da pedra fendida a ferida
Não cicatrizou-se da fratura da cabeça
Da idade da pedra lascada o crânio
Ostentava o sorriso eterno de Luzia
Que luzia na escuridão das trevas em
Que lateja a humanidade que não
Vive o dente de duzentos milhões de
Anos roeu o tendão da raça humana
Morta do ser humano fossilizado na
Antiga sala de jantar na caverna
Que é a sala de estar no quarto
Na cozinha na retrete que são velhas
Crateras de perdidos meteoritos desgarrados
Dos tempos idos não mais se falou no
Ser humano como o centro do universo
Não mais se falou o homem como se fosse
Um deus falou como se fosse um animal
Que perdeu todos os instintos sentidos
Sentimentos emoções atirei a última gota
D'água no mar o mar transbordou-se
Derramou toda a água secou-se chorei
Gotas de sal que ardiam-me os olhos embrasados
O vampiro não doou sangue para mim
Continuei anêmico a pele enegrecida
Rasgada pelo vento a expor os farrapos em
Que transformou-se o que se pensava ser
De linhagem nobre era um antepassado
Rei sábio vestia-se com vestes de lírios
Cobria-se com pedras preciosas defumava-se
Com incensos perfumava-se com mirra
O esqueleto esquecido no meio das
Ossadas era só mais uma ossada a
Ossada perdida no meio dos esqueletos
Era só mais um esqueleto quando foi
Erguido o tempo onde abrigou-se a
Igreja de caveiras um terremoto pôs abaixo
Transformou num depósito de amontoados
Num lixão de sanitário de subúrbio
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