Os fantasmas querem sair do limbo
Os ectoplasmas materializarem-se os espíritos
Reencarnarem-se os mortos voltarem à
Vida as almas estão insatisfeitas impacientes
Querem os seres habitar os corpos as entidades
Os entes revoltaram-se juntaram-se aos santos
Santas aos caboclos revolucionam-se para
Descer nas cabeças dos cavalos fazerem
Arruaças nas encruzilhadas pândegas nas
Esquinas brigas nas ruas becos de fundos
Ruelas do submundo garrafadas navalhadas
Socos porradas chutes cabeçadas cotoveladas
Violentas com afundamentos pernadas joelhadas
Pisadas com calcanhares calejados os deuses
Querem festas bacanais banquetes larga comida
Farta bebida os deuses querem desocupar os
Montes ocupar a terra têm inveja dos mortais
Têm despeitas soberbas arrogâncias tudo que
Um mortal cultiva os deuses querem cultivar
Os anjos caídos de asas quebradas bundas
Modeladas querem voltar a voar os anjos
Negros pedem luz os brancos escuridão
Não há mais uma nova ordem universal
Não há mais uma salvação redentora por
Mais que pulsem os pulsos num latejar
De vida é a morte que nos aguarda
Na viagem final do derradeiro ato da
Comédia não se escapa do último
Lampejo do lampião a ínfima brisa
Apaga a chama um tênue vento espalha
As cinzas uma tenra gota mata por
Afogamento nada se nota em nenhuma
Parte como um terreno ermo um
Terreiro desabitado os moradores
Acorrentados das antigas cavernas
Agora jazem libertados
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