E estou perdido
E estou atolado
Não há mais salvação
Para a minha perdição
E em meu peito fraco
Não existe coração
E estou acabado
E estou atordoado
E estou morto
Não há ressurreição
Para o meu cadáver
E a terra não quis
E me vomitou
Não me enterraram
E apodreci na superfície da vida
E estou podre
Mais imundície que um ânus
E estou cheio de vermes
Na minh'alma imunda
E estou louco
E estou maluco
Não tem hospício para ficar
Meu cérebro explodiu
Minha mente extinguiu
E só me resta agora
Nenhum resto de mim
Mas estou a querer
Um dia me encontrar
Rasgar as minhas veias velhas
Abrir o meu peito ultrapassado
Dilacerar minha garganta gutural
E mostrar a este mundo glacial
O que tem aqui dentro do vulcão
E vou ficar surpreso
E vou ficar perplexo
E vou ficar inusitado
Pois vou me conhecer
E ver o âmago do meu íntimo
Pois não me compreendo
Pois não me entendo
E cada dia que passa
Mais me confundo
Mais me complico
E se me pergunto
Não tenho respostas.
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