A minha ignorância bruta
Que me leva ao medo de falar
Que me leva ao medo de dizer
Que estou a saber que sou enganado
Mas a brutalidade é tanta
Que vivo no engano
Calado no peito
Sei onde está o erro
Mas não sei definir
Não sei porque
Nasci tão ignorante
Sempre que tento falar
A voz mais alta me cala
E permaneço mudo
Sem nada aprender
Sem sentido
Sem definição
Sem direção
A minha ignorância forte
Dominou meu ser fraco
Não encontrou resistência
Na minha inteligência
E palavras
E gestos
E jeitos
De ignorante nato
Acabam comigo
E não me esclarecem
Nada da vida
E a cada dia que passa
Vou em retrocesso
E a me encolher
Dentro da minha ignorância
Sem poder sair
E me relaxar
E me libertar
Mostrar alguma coisa de mim
Mas a oportunidade
Só me aparece
Em hora incerta
E a minha ignorância
Continua certa.
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