segunda-feira, 4 de julho de 2011

Beatles, Nowhere Man; BH, 040702011; ouçam, cantem, dancem, toquem.





He's a real nowhere man

Sitting in his nowhere land
   F#               A                         E   E4/E
Making all his nowhere plans for nobody
    E                  B
Doesn't have a point of view
   A                                 E
Knows not where he's going to
F#            B                     E  E4/E
Isn't he a bit like you and me?
                 G#            A
Nowhere man please listen
                    G#                A
You don't know you're missed
                G# -        A                                  B
Nowhere man, the world is at your command
  E                    B
He's as blind as he can be
 A                         E
Just sees what he wants to see
F# -                      A                 E/E4/E
Nowhere man can you see me at all?
                G# -           A
Nowhere man don't worry
                 G# -            A
Take your time, don't hurry
             G# - A
Leave it all somebody else
                           B
Lends you a hand
 E                     B
Doesn't have a point of view
 A                                E
Knows not where he's going to
F# -         A                      E/E4/E
Isn't he a bit like you and me?
                G# -          A
Nowhere man please listen
G#-A
You don't know what you missed
               G#-         A                                  B
Nowhere man, the world is at your command
 E               B
He's a real nowhere man
  A               E
Sitting in his nowhere land
   F#-              A-                               E/E4/E
Making all his nowhere man plans for nobody
   F#-              A-                               E/E4/E
Making all his nowhere man plans for nobody
  F#-               A-                               E/E4/E
Making all his nowhere man plans for nobody

Guerra Junqueiro, Morena; BH, 040702011.

Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.

Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim.

Eu não... mas enfim
É fraca a razão,
Pois pouco te importa
Que eu goste ou que não.

Mas olha as violetas
Que, sendo umas pretas,
O cheiro que têm!
Vê lá que seria,
Se Deus as fizesse
Morenas também!

Tu és a mais rara
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.

Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda flor.

E olha que foram
Morenas e bem
As moças mais lindas
De Jerusalém.
E a Virgem Maria
Não sei... mas seria
Morena também.

Moreno era Cristo.
Vê lá depois disto
Se ainda tens pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena!

domingo, 3 de julho de 2011

Vou beber todas; RJ, 0230501997; Publicado: BH, 030702011.

Vou beber todas
Hoje à noite beber
Cachaça até cair
Tomar Dreher,
Também porre de
Alcatrão que é bom,
Domus os conhaques
Que os santos bebem
Em noites de orgias
Vou ficar bêbado
Cair pelas calçadas
A me lambuzar de
Prazer e luxúria com
Todas as meretrizes
Que conseguir encontrar
Pelas madrugas
Amar beijar todas as
Mendigas abandonadas
Não quero nem saber
O que vai me acontecer
Se vou me contamina
Ou contaminar alguém
Se vou morrer ou se
Vou matar vou beber todas
Hoje não quero voltar
Quero ir direto para o
Cemitério podeis ir lá
Para me encontrar

Vem meu amor; BH, 0270601999; Publicado: BH, 030702011.

Vem meu amor
Quero ser teu afilhado
Apresentado acompanhado
Por ti minha madrinha na
Minha cerimônia de batismo
Confirmação e matrimônio
A formatura do teu protegido
Quero o teu afilhadismo ter
A proteção excessiva que me
Falta aqui na terra que é dada
A afilhados protegidos pelo
Nepotismo vem meu amor
Afilar comigo tornar fina a
Minha vida adelgaçar meu
Sofrimento afiar minhas
Ponteiras aferir meu
Contentamento açular
Caçula minha lembrança
Matar minhas saudades
Tornar delgado meu
Pesadelo vem meu amor
Fazer meu afilamento
Também quero passar
No buraco da agulha
Fazer de ti a minha
Afilhada ser o teu
Afilador todas as
Nossas arestas estarão
Aparadas então o nosso
Amor não será
Afigurativo não encerrará
Nenhum tipo de figura
Nem parábola será amor 
Verdadeiro será amor real
De padrinho para madrinha
De afilhado para afilhada

Esta mulher é uma aba; BH, 0250501999; Publicado: BH, 030702011.

Esta mulher é uma aba
É parte pendente das peças
De meu vestuário é o
Rebordo do meu chapéu a
Parte suplementar dos meus
Móveis mesmo assim sem
Essa mulher não posso ficar
É a carne da minha costela
Inferior a orelha do meu livro
A margem do rio que corre em
Minhas veias a minha estrada
Perigosa minha viagem sem
Volta toda tortuosa cheia de
Curvas é meu local adjunto
Meu local contíguo onde
Gosto de passar s maior
Parte do dia é com quem
Quem vivo toda a minha
Vida toda a minha
Existência excelência
Saber sem a qual por mais
Duma vez já disse que
Não posso viver se tem
Defeito não sei não quero
Nem saber não pois quando
Estou com essa mulher sinto
Que é o mais perfeito espírito
Que já habitou meu coração

Guerra Junqueiro, Parasita; BH, 030702011.

No meio duma feira, uns poucos de palhaços
Andavam a mostrar, em cima dum jumento
Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços,
Aborto que lhes dava um grande rendimento.
Os magros histriões, hipócritas, devassos,
Exploravam assim a flor do sentimento,
E o monstro arregalava os grandes olhos baços,
Uns olhos sem calor e sem entendimento.
E toda a gente deu esmola aos tais ciganos:
Deram esmola até mendigos quase nus.
E eu, ao ver este quadro, apóstolos romanos,
Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da Cruz,
Que andais pelo universo há mil e tantos anos,
Exibindo, explorando o corpo de Jesus.

sábado, 2 de julho de 2011

Guerra Junqueiro, Apelo; BH, 020702011.

Ó tu, deusa maior da lusa gente,
Que nas histórias vivas do passado,
Ousaste, com olhar mais indulgente,
Deixar-nos ver, da terra, um outro lado.
Ó tu, Moira seráfica, sem tempo,
Chegada à Lusitânia noutra era,
Que deste aos portugueses mor alento,
Capaz de derrotar qualquer Quimera;
A nós, que somos filhos desse povo
A quem, por protecção de Juno e Marte,
Deixaste que chegasse a toda a parte,
Tecida a nossa vida em fio novo,
Demonstra que a coragem doutros tempos
Apenas nos deixou por uns momentos.