Como é triste um cérebro que não existe
Como é triste o vácuo cerebral
Quer ter uma opinião marcar
Uma presença protestar quer ter
Cidadania soberania popular
Brincar de democracia rasga
As bandeiras quando as bandeiras
Não deveriam ser rasgadas destrói
Os monumentos onde os sonhos
Estão guardados vasculha as
Gavetas do passado lança à
Fúria dos ventos os papeis velhos
Com as velhas poesias escondidas
Nunca mostradas a ninguém lá
Está escrito nunca diga nunca
Mas quem ler as velhas poesias os
Poemas rotos os registos rupestres?
O velho cérebro passeia entre os
Anônimos procura um rosto uma
Face uma cara só encontra
Máscaras estamos todos num grande
Baile de carnaval? não há uma
Poça de sangue ali um cadáver
Acolá estamos numa revolução?
Há uma revolta aqui, uma insatisfação
Cá quem atirará a primeira pedra?
O cérebro quer a emancipação
Da favela a liberdade do gueto vez
Para a periferia voz ao subúrbio o
Fim do esgoto a céu aberto alto lá
Volta para dentro da tua cabeça mas
Foi um golpe de cassetete que me
Mandou para fora numa fratura craniana
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