Não ficamos em nada das coisas
Muito das coisas ficam em nós
A envelhecer-nos a inchar-nos a
Engordar-nos, a crescer-nos a barriga
A adoecer-nos, a cair-nos os cabelos
A estragar-nos os dentes nós mesmos
Não ficamos em nada passamos
Rotativamente somos vivamente
Esquecidos apegamo-nos às coisas na
Esperança de estendermo-nos às
Coisas confundimo-nos com os nossos
Bens a iludir-nos que o complemento
Seremos eternos fortes curados sarados
Impossíveis mas os nossos bens não
Se pegam em nós que nos apeguemos
Aos bens cegamente deixemos os nossos
Vestígios resquícios nossas marcas que
Logo logo serão removíveis nem os
Nossos cheiros ficam em nossas roupas
Nada sabemos fazer para ficarmos
Nas nossas coisas daqui a uns
Tempos nada saberemos fazer para
Ficarmos no tempo podemos
Filmar-nos gravar nossas vozes
Fazer obras-primas de arte mas não
Somos nós que estaremos ali nas
Torres das catedrais nos pendões dos
Castelos medievais nos altos dos montes
Nos sobrados outeiros cumeeiras
Nas quebradas nas soleiras onde
Estaremos nós? seremos as coisas
Em que não ficamos em nada das
Coisas estaremos onde as coisas não estão
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