Nada vem amenizar a minha dor
E é uma dor de quem não tem
Amor e nada vem trazer lenitivo
Ao meu coração e é um coração
De quem não tem razão e aí
Então canto uma canção para
Derrubar as muralhas das minhas
Retinas e é apenas uma ilusão já
Que não tenho nenhum poder à
Mão e as pedreiras que sustento
Às costas não vêm ao chão nem
Com dinamites e quando derrubo
Um simples muro surgem infinitos
Donde não sei não e deixo sangrar
A seiva e deixo a hemorragia das
Sementes nas areias quentes e as
Flores não brotam onde piso e as
Águas não matam minha sede e me
Afogo nos pântanos movediços
Dos meus pesadelos esquizofrênicos
E das minhas sensações psicopáticas
E dos meus comportamentos neurôticos
E das minhas psicoses cotidianas e
Complexos paranóicos e não tenho
Um único sonho que poderia ser
Chamado de meu e não tenho uma
Única percepção ou intuição ou talvez
Um dom que formassem uma bula ou
Receita com soluções de curas para
Estas doenças crônicas que são só
Curvas que fazem chorar ou que
Matam a lucidez na fonte de fome e
Oh naus que nunca tive e oh caravelas
Que singram mares bravios e oh
Marinheiro destemido que nunca fui
E oh oceanos trevosos que o meu
Medo insano nunca me deixou navegar.
BH, 0201202019; Publicado: BH, 0260402022.
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