quinta-feira, 3 de março de 2011

Pensamento de obra de empedrador; BH, 0220602002; Publicado: BH, 030302011.

Pensamento de obra de empedrador
Mente de resultado de calceteiro
Ânimo de doença nos cascos das
Cavalgaduras não adianta sou assim
Desde pequenininho cérebro de
Empedramento memória de pura
Dura empedradura surgi no mundo
Para seguir pelo caminho
Empedrouçado para andar por estrada
De aspecto pedregoso pisar descalço
Em chão pedregulhado nunca sou de
Trajar-me bem não tenho a tradição
De vestir-me de empelicar-me minha
Pele preparar as peles finas para cobrir
Meu corpo de pelicas vejo-me sempre
Nu cru imagem de carne fraca crua
Nua cujos nervos ossos não se podem
Empenachar nem a cabeça posso
Enfeitar com penachos como se
Fosse um índio enfatuado torno-me
Arrogante sinto pena do meu
Empenamento os componentes do
Meu ente nunca ficam empencados
Comigo meu eu não fica apinhado com
Meu ser nem unido com minha alma
Por maior que seja o empenhamento
Com todo o empenho possível com
Promessa de pagamento de dívida
Cumprimento de compromisso não
Sinto o desabotoar nem o desabrochar
Do pendão do meu milho paro no tempo
Não sigo a empendoar a querer pendoar
No espaço a teimar em apendoar o limite
Acabo então a não vencer culpo a
Dificuldade o estorvo óbice não cobro
A diferença de contos justifico o empeno
Todos riem quando pretendo empenhorar
A palavra nada mais tenho para dar em
Penhor olho o problema empepinar sem
Solução não sei como emperlar a resolução
Seria um Midas se viesse a pôr pérolas em
Tudo seria um micenas se viesse dar a
Forma ou adornar com pérolas o
Empiema que paralisa meu coração ao
Expelir o pus a matéria como o derrame
Purulento duma cavidade melhor seria se
Este órgão empiemático se transformasse
Num empíreo numa morada de deuses
Lugar dos santos num céu celeste supremo

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