sábado, 31 de maio de 2014

A salvação é quando ocorre ao ser comum uma frase brilhante; BH, 02201002012; Publicado: BH, 0310502014.

A salvação é quando ocorre ao ser comum uma frase brilhante
Ganhou o dia a tarde a noite
Quando surge do pensamento mortal
Um pensamento imortal
Que entra para sempre no pedestal
Dos provérbios sagrados
Há prazer maior para o reles
Do que ter a certeza que
Terá um período fruto da própria imaginação
Celebrado em academias?
Há gozo maior para o anônimo
Do que ter o sonho de ver uma sentença
De sua autoria
Como veredicto duma ação da mais alta
Corte de Justiça?
Quando a mente é brilhante
Tira frases de efeito
Citações clássicas
Textos eruditos
É algo como um respirar
Não estranhamos mais
Mas quando é ao contrário
O contexto encefálico é acéfalo
Nada se tira dali
Como se fosse um deserto
Qualquer um há de sentir surpresa
O que é isso
Não acredito
Não pode ser
Não é possível
O que se passa então pela cabeça do criador
Que nem mesmo acredita de ter a capacidade
De elaborar uma pérola rara tal uma ostra elabora?
Ou um diamante que é gerado pelo tempo?
Ou o petróleo pela decomposição dos dejetos milenares?
O ser que pretende naturalmente
Ser o portador dos ditados
Das citações universais
Ou o psicografador do que falam os fantasmas
Os espíritos siderais
Deve ter sempre a mente fechada para as
Coisas abertas normais
Ter sempre a mente aberta para as coisas
Fechadas paranormais
Com o tempo
Com a sedimentação
Tropeçará num relevo
Num mosaico barroco
Descobrirá que aquilo é a própria salvação

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Não domino mais sentimentos sentidos; BH, 02201002012; Publicado: BH, 0300502014.

Não domino mais sentimentos sentidos 
Novidade nem funções fisiológicas
Se pensar direito penso que nunca dominei nada
Nunca tive domínio nem moderação
Quer no de comer no de beber ou no de falar
Moderação é uma espécie de domínio dos desejos
Para que não nos exageremos naquilo que nos cause mal
Todo excesso é nocivo ao nosso organismo à nossa mente
Excesso de medo de covardia de dúvida
Só complica a vida
O primeiro passo é aprender o saber dominar
Controlar aquilo que desestabiliza a harmonia
Do conjunto quem tem quebrada essa hegemonia
Passa a sofrer noite dia de ansiedade angústia agonia
Minha mãe já me dizia meu filho tome cuidado
Corpo vadio pede folia quando não dominamos somos
Dominados mais fracos aparentamos diante de todos
As vacilações aparecem as dúvidas permanecem
Dúvidas cruéis que prostram qualquer ser com a palavr
Hamelet o mais pueril é que chegar à velhice
Não posso me valer do dom da experiência
Na aprendizagem da vida dizem os bocas tortas que
Quanto mais velhos mais experientes mais sábios
Sinto que comigo é ao contrário com o passar do
Tempo fui dominado controlado mas não por mim
Sim pelo tempo pelas contradições pelas
volições demais ações que imperam
Com mãos de ferro em destino tão breve
Quanto é a passagem pela face da terra
Dos que se pensam que são eternos

Centauro, 1; BH, 02301002012; Publicado: BH, 0300502014.

As letras não empolgam mais aos mortais
As palavras não causam excitações comichões
Muitos preferem engolir as letras ser mudos
Para não pronunciar as palavras
Há muito tempo a literatura a leitura
Deixaram de causar interesses sensações
Sinto uma pena ao ver as letras serem desprezadas
Sem emoções as palavras abandonadas
Como um paranormal
Um portador de mensagem sobrenatural
Uma besta apocalíptica
Persisto onde ninguém mais persiste
Teimo em resistir naquilo do qual
Todos correm para não resistir
Sei que estou errado
Que nado contra a correnteza
Navego contra a maré
Como um salmão a procurar a sobrevivência
Cai na boca do urso
Reconheço que é uma medida que leva ao suicídio
É um ato que deveria estar restrito aos séculos passados
Mas se não houver um bastião
Que seja uma referência
Nem nos museus mais bem adaptados modernos
Veremos vestígios de letras de palavras
Escritos de escrituras
Leituras de literaturas
Dos liceus dos ginásios
Colégios faculdades
Universidades academias de letras
Já desapareceram há muito tempo
Que nostalgia que causam os tempos inflamados
Todo mundo lia todo mundo escrevia
Todo mundo discutia os debates
Shows festivais pegavam fogo
A sociedade a elite a burguesia
Até gostavam de cultura
Hoje o que parece-me
É que com o pior capitalismo
O pior neoliberalismo imperialismo
Todos só gostam agora dos lucros a qualquer custo
Com a eliminação da cultura
Do poder intelectual
Subjugado ao poder do mercado

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Com quem estará a verdade dos fatos; BH, 0290502014; Publicado: BH, 0290502014.

Com quem estará a verdade dos fatos?
As pesquisas dizem que uma candidata
À reeleição à Presidência da República
Federativa do Brasil Dilma Vana Rousseff
Que quer mais valorização do salário
Mínimo mais médicos para o povo
Trabalhador brasileiro mais moradia
Educação quer mais postos de trabalhos
Criados cai nessas pesquisas eleitorais
O candidato de má fama Aécio Neves
Senador por Minas Gerais mas que vive
Desfruta da boa vida no Rio de Janeiro que
Quer justamente ao contrário da primeira
Bem como a desvalorização do salário
Mínimo o fim do Bolsa Família da CLT
Que prometeu se eleito governar com
Medidas impopulares é segundo as tais
Pesquisas justamente esse candidato que
Nunca aprovou um projeto nos tempos de
Senador que quando governador abusou de
Leis Delegadas perseguiu professores
Servidores confrontou a educação a
Saúde a cultura é o que sobe nas ditas
Pesquisas com quem estará a verdade
Povo trabalhador brasileiro? será que o
Dito senador com suas más companhias
Como o pelego patronal Paulinho da Força
O Ronaldo ex-Fenômeno FHC o vulgo
Fernando Henrique Cardoso o Armínio Fraga
Neto de triste figura no cenário econômico
Nacional Armínio Fraga Neto que era presidente
Do Banco Central do vulgo FHC chegou a
Falar na época que não era seguro investir
No estado em que Aécio Neves nasceu
Minas Gerais conseguirá tal vil candidato
Nos convencer a votar nele? o que quer a
Convulsão nacional o fracasso do Brasil
Na Copa das Copas os protestos que
Desestabilizam o país o que fala mal do
Brasil quando está no exterior merecerá
Um dia ser eleito presidente duma Pátria a 
República tão continental quanto a nossa?
A amada República Federativa do Brasil

terça-feira, 27 de maio de 2014

Centauro, 2; BH, 02301002012; Publicado: BH, 0270502014.

O viver de coisas lúcidas nobres elevadas o
Viver de coisas luminosas altaneiras altivas
O viver de coisas sóbrias elucidativas é o
Viver que diferencia um ser doutro um ser
Que conheço que saiu do meu ser um ser
Diferente talvez não saiba explicar nem
Encontre tese teoria ou outro tipo de
Explanação para demonstrar esse ser que
Nasceu do meu coração é deusa é Vênus é
Afrodite é Eros não sei explicar passei
Toda a minha vida a visitar o Olimpo a
Tomar conhecimento de sabedoria em
Toda Mitologia Grega Romana não
Encontrei deusa superior a essa se
Outros não têm motivos para enaltecer
Os seus deuses tenho motivos de sobras
Para enaltecer os meus incrustada neste
Contexto está essa minha deusa a quem
Dedico todos os meus provérbios todas
As minhas razões princípios emanações
Se todos os poetas a conhecessem a
Quereriam para mote para servir de musa
Às suas poesias mas deste privilégio não
Abro mão quando a assediam a protejo
Em meu coração é um ânimo que inflama
Ver raiar assim em minha vida ver iluminar
Meus caminhos meus recônditos mais escuros
É tudo que justifica a minha existência
Bane de mim como um remédio as doenças
Afasta com uma força sobrenatural os medos
As covardias faz acontecer como um poder
Paranormal soluções graciosas resposta
Singelas às mais duras contestações não
Afobo-me nem fico estafado em dizer
A repetir a escrever para que seja testemunha
Do tempo da história da vida que é o viver-se
Em nível elevado sem tirar os pés do chão

Cloaca News: O CLIPE DA COPA QUE A GLOBO NÃO VAI EXIBIR

Cloaca News: O CLIPE DA COPA QUE A GLOBO NÃO VAI EXIBIR

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Alegrei-me; BH, 070502014; Publicado: BH, 0260502014.

Alegrei-me
Pois disseram-me
Maravilhados
Que Deus gravou para Moisés
Com fogo
As palavras na rocha
Letra por letra
Veio um raio de fogo do céu
Fundiu na pedra os conhecimentos
Tenho então a esperança
De também receber uma celeste inspiração
Fazer parte duma divina imaginação
No passar do meu tempo
Deixarei não nas pedreiras
Mas nas facetas lapidadas dos universos
Átomos do meu sangue em poesia
Poemas do firmamento na hemorragia
Fungo envelhecido como um fungo de estepe
Um musgo esquecido no espaço
Uma erva de pradaria
Raiz de falésia panorâmica
É a maravilha dum velho poeta desenganado
A última chama do último lampejo
A palavra fina
A letra no fim da palavra
Levou o coração até à beira do rio
Lavou o sangue na água
Tingiu de tinto o leito
A relva enverdeceu
A seiva emanou
Num sorriso de ironia
O poeta faleceu
No mesmo instante um botão se abriu
A flor brotou
Para ser colhida por uma criança

sábado, 24 de maio de 2014

Centauro, 5; BH, 02301002012; Publicado: BH, 0240502014.

Olho para todos os lados
Todos perguntam-me para onde olho
Não olham junto comigo
Se olhassem
Veriam o que procuro ver?
Olho para todos os lados do paralelogramo
Não enxergo lado algum
Não perguntam-me o que procuro enxergar
Estou numa janela
Daqui de cima
Procuro visualizar a história
Para fazer uma história
Mas não sei contar história
Minha avó sábia sabia sabiá
Não aprendi com
Minha avó sábia sabia sabiá
Que vinha à soleira da casinha
Comer as pimentas da pimenteira
Vai ali acender meu cigarro de palha no fogão
Tudo sábia sabia fazer sabiá
Cigarro de palha
Cortar couve
Beber pinga
Boa forte
Roubar nas feiras enquanto mamãe fazia as compras
Roubar nas lojas diante dos olhos dos vendedores
Rezar para quebranto
Cobreiro
Caxumba
Espinhela caída
Dordói
Contar causos de assombrações
Encher o saco dos padres na hora das missas
Andar com um carvão dentro da sola do pé
Ir à porta da minha escola pedir a diretora
Que a levasse em casa
Bebia pinga até alguém colocar um travesseiro
Para deitar a cabeça na calçada
Mamãe inda brigava com quem colocava o travesseiro
Peidava alto na frente doutros
Dizia que não podia prender
Para não dar nó nas tripas
Minha avó foi
É será uma das paixões da minha vida
Se um dia tiver netos
Quero ser para os meus netos
O que a minha avó foi para mim
Índia de sábia sabia sabiá
Dedicação de escrava
Protetora avó

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Centauro, 4; BH, 02301002012; Publicado: BH, 0230502014.

No Brasil ainda há os que vivem do lixo
Vivem no lixo
Moram nos verdadeiros lixões
No Brasil
Passaram-se quinhentos anos
Sem incentivos à educação
À cultura à inclusão social
Atualmente
Que temos essas oportunidades de facilidades
À educação à cultura
Do acesso da população negra
Em setores da sociedade
Antes negados
Inda há os que criticam
Apresentam argumentos poderosos
Contra essas políticas
Que desserviços prestam essas pessoas
Que têm espaços nos meios de comunicação
Expõem suas opiniões nocivas de combate
Ao desenvolvimento da nação
É uma completa absurdidade o que dizem
Demonstram preconceitos
Invejas despeitos
Demonstram iras querem passar ao povo
Que é beneficiado
A ideia de que as políticas empreitadas
São nefastas
Querem passar aos negros
Que agora podem frequentar faculdades
Formar-se em universidades
Fazerem a própria cultura negra desvinculada
Que agora podem se preparar para entrar
Nas melhores empresas privadas ou públicas
Que tais caminhos são formas de discriminações
Quiséramos não precisássemos mais presenciar
Pessoas a viverem de lixo
A viverem no lixo
Se tais medidas já tivessem sido aplicadas
Há mais tempo
Obviamente
Teríamos diminuído em muito as desigualdades
Sociais que tanto nos envergonham
Mas que servem de matérias aos contrários

Centauro, 3; BH, 02301002012; Publicado: BH, 0230502014.

Lula
Luiz Inácio Lula da Silva
É o nosso Fidel Castro
Da mesma maneira que Fidel enfrentou
As forças capitalistas imperialistas
Neoliberais selvagens
Em toda a sua vida
Que tentaram matá-lo de todos os modos
Lula as enfrenta também aqui no Brasil
Lula
Como o nosso Fidel
É uma Fênix
Ressurge das cinzas
Quando pensam que o derrotaram
Que o abateram
Que enfim
Dominaram-no
Eis que reaparece a iluminar a História brasileira
Tão mergulhada nas trevas
Em mentiras
Quem é o combustível desse operário?
Qual é o segredo desse incansável trabalhador
Na sua lida em mudar o país?
O povo
O povo é o segredo do Lula
O povo é o combustível do Lula
O povo é o gás para essa chama que nunca se apagará
O povo é o motor
Contra a vontade do povo
Todos os argumentos contrários
Vão por água abaixo
Podem se unir os que se pensam poderosos
Demotucanos o PIG
Partido da Imprensa Golpista
Colonistas calunistas o STF
Supremo Tribunal Federal
Jornalistas historialistas podem se unir
Mas terão que se vergar
Têm a mídia
Detêm o poder do capital
A informação a comunicação
Controlam a justiça
Mas terão que se vergar à História a
História é o povo brasileiro
Que resolveu fazer História
Não a oficial
Mas a História dele
Do próprio povo
Que se denomina combustível da máquina
Do fenômeno brasileiro Lula
Luiz Inácio Lula da Silva

Patagônia, 927, BH, 01901002011; Publicado: BH, 0230502014.

Ansioso
Volto a cabeça para cima
Quero beijar a primeira estrela que passa
O pescoço estala
A nuca enrijece
Por toda uma eternidade a olhar para atrás
A olhar para baixo
Ao ter o queixo rente ao chão
Quase rastejo
Réptil anfíbio
Molusco
Nenhum brilho chega a mim
De brincadeirinha
Penso em existir
Em viver
De brincar de esconde-esconde
Com os astros do céu
Finjo não sofrer
Visto a fantasia de mendigo de raios de sol
Cubro-me com a carapuça de poeta
Com o manto da poesia
Evito deixar escapar por entre o fragor do alcantil
As escarpas das serras
O poema que elevará este barão assinalado
Por céus nunca dantes sondados
Ao berçário imortal dos clássicos
Às incubadoras das imaginações celestiais
Deu cãibra nas articulações
As vértebras estalaram
O corpo aprumou-se
Rígido
Esquelético
A pele encobria o osso inda calcinado
O esqueleto passou por entre as moléculas de ar
A bruma alvejou-o
Como se fosse de mármore
Uma escultura de marfim
Nas encostas deixou o rosto mumificado
Nu
Banhado em bálsamo
Envolto em espermacete
Âmbar azul
Jamais visto noutro céu
De firmamento puro
Sem ânsia de chumbo
Manchas de fumaça
Livre das tiras de linho que o envolviam
O cadáver viu-se na fímbria
Mal pisava o chão
Não sentia os pés
Correu pelas nuvens como se levitasse
Amamentou estrelas
Deu cria a querubins
Constelações de anjos que ainda não nasceram
Em jubilações
Anunciações de galáxias refrescantes

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Yaznayah Antônia Ivanovitch Furtado Medina: Contextualização da ocupação muçulmana e seus prolongamentos na Península Ibérica

Contextualização da ocupação muçulmana e seus prolongamentos na Península Ibérica
A Península Ibérica possui em sua história um diferencial de todo o resto da Europa: a presença dos muçulmanos como agentes fundamentais para o desenvolvimento social e econômico, mas também no aspecto cultural, durante todo o século VII até a reconquista cristã nos séculos XI a XIII.
Tendo em vista que a região da Península Ibérica era puramente católica, a presença dos muçulmanos trouxe o contato com a religião islâmica. É inevitável notar que não houve combate à “fé invasora”, entretanto, por estarem em maior número e maior grau de desenvolvimento, os muçulmanos foram capazes de segregar os católicos ibéricos no norte da região peninsular e desenvolver todo o seu reinado, com o Califado, na região Centro-Sul da Península Ibérica. Por se tratar de um sistema político unificado à religião, onde o soberano político também é a autoridade religiosa, um dos meios de dominar os ibéricos, foi através da obrigatoriedade em professar o islamismo e também com o pagamento de impostos.
A partir da ocupação muçulmana na Península Ibérica, de acordo com Barboza Filho (2000), podemos afirmar que houve alto desenvolvimento econômico, em relação às práticas comerciais implantadas; a miscigenação cultural, tendo em vista que ocorreu certo choque entre a religião católica, a islâmica e até mesmo à presença dos judeus.
Mediante esta acentuada presença dos árabes e o crescente desenvolvimento do islã em território puramente católico, a aristocracia, em suma, católica, e que se via, grosso modo, segregada ao Norte da Península, viu-se com a missão de expulsar de território “sagrado” a presença daquela fé invasora e seus adeptos. Assim, inicia-se a Reconquista Cristã, a partir do século XI, com a tomada de Toledo em 1085, até a tomada de Granada em 1492. Em Espanha, os Reis Católicos, apoiados por uma nobreza altamente poderosa, tomaram frente à Reconquista.



Ensaio sobre a tradição Ibérica
Para trabalharmos o fator Tradição na Península Ibérica, partiremos da análise do estudo de Barboza Filho em “Tradição e Artifício”. Em seu trabalho, Barboza Filho busca identificar as especificidades que tornam a Ibérica singular. Partindo da herança religiosa e administrativa dos visigodos, da ocupação muçulmana, a presença dos judeus e como a Reconquista, demonstrou força da tradição ibérica em permanecer suas raízes nos Séculos de Ouro e as influências nos territórios ibéricos além-mar, após a Expansão Ultramarina.
Ao elaborar este assunto, Barboza Filho (2000) aponta algumas características da formação filosófica da cultura grega. Remontando à Antiguidade Clássica, ele estabelece que, em um primeiro momento, os gregos buscavam explicações cosmológicas a partir de figuras míticas e epopeias. Podemos citar, por exemplo, os grandes heróis épicos, como Aquiles e Ulisses. Estes são figuras que reproduzem, segundo Barboza Filho (2000), a máxima para a conduta humana
Sua intenção é a de relembrar as dimensões nas quais o exercício iluminado da aretái – das virtudes- torna os homens excepcionais – aristoi- dignos de honra e de eterna recordação. (BARBOZA FILHO, 2000, P.21)
A partir desta citação podemos perceber que há certa menção à concepção de “história”, principalmente por Homero e posteriormente por Heródoto. Ambos são de contextos históricos diferentes, entretanto, há na forma de escrita a necessidade de evitar o esquecimento de um fato que fora de extrema importância histórica, que por sua vez contou com a ação fundamental do homem.
É perceptível na concepção da tradição ibérica suas semelhanças com a matriz filosófica grega acerca do homem e a história, um exemplo a ser citado, é a epopeia “Os Lusíadas”, obra na qual Luis Vaz de Camões retrata a história portuguesa, grosso modo, tal qual faz Homero em Odisséia e Ilíada com as origens cosmológicas.
Entretanto, como aponta Adeline Rucquoi (1995), é de imprescindível necessidade citar a exaltação do passado visigodo por parte dos ibéricos, principalmente os espanhóis. Uma vez que, há a busca pelas permanências católicas visigodas, principalmente em relação à restauração de Fernando, o Católico, e também a primazia espanhola sobre os povos bárbaros.
Fator importante para melhor compreensão da tradição grega é a pontuação em relação à concepção de hispânico, esta de acordo com Heloisa Guaracy (2009), é católico, tingida de misticismo e de cultura maometana. Assim, percebemos que a Reconquista cristã é um ponto de fundamental importância para os ibéricos, uma vez que há certo sentimento de heroísmo e impulsionadores de uma civilização que pregasse, principalmente, o catolicismo aos outros povos.
Os ibéricos armaram-se como portadores de uma missão substantiva e universal que solidarizava reis, nobres e povo. Puderam, por isso, diminuir a estatura dos antigos heróis clássicos e valorizar as ações e as palavras que inventaram no presente. (BARBOZA FILHO,2000, P. 31)
Os chamados Séculos de Ouro Ibéricos (XV, XVI e XVII), período em que há à expansão ultramarina, a Península passa a ser o centro da Europa, assim como fortaleceria ainda mais o espírito de nacionalidade, como podem ser observados com a unificação e formação das nações Portugal e Espanha, no XV. O século seguinte é tomado com certo “orgulho” para os ibéricos, uma vez que é a partir deste momento que eles descobrem a rota para um mundo “além-mar”.
Guaracy (2009), assim como Barboza (2000) afirmam que enquanto a “Europa*” ou Além-Pirineus encontrava-se em um período de transição (Anderson, 1964) a Península Ibérica pretendia alcançar formas e estratégias que permitissem aos ibéricos reviver as estruturas e valores tradicionais, os valores preponderantes da luta entre o hispânico e o outro.
Ruggiero Romano (1995) demonstra em “Os mecanismos de conquista colonial”, o fato de os espanhóis possuírem uma mentalidade de superioridade, primeiramente as batalhas pela reconquista tratava contra os muçulmanos, despertaram no espanhol um sentimento de heroísmo, este tal que, a partir da análise de Barboza Filho (2000) sobre a origem grega, esta trazida pelas traduções que chegaram à Ibérica a partir dos muçulmanos.
Romano aponta que, a partir da conquista da América, há uma contribuição, afirmação do mito da superioridade espanhola, uma vez que, como foi dito, a Reconquista nutre esta ideia, assim como as batalhas medievais travadas contra os “bárbaros”.
Outro fator característico que podemos afirmar a partir da análise de Barboza Filho (2000) e Ruggiero Romano (1995) é o fato de às permanências de um “homem virtuoso”, ainda prevalecem na mente de muitos que se jogavam às práticas de navegações espanholas, uma vez que, a partir daquele momento, como afirma Romano, os homens ao se lançarem nestas “aventuras ultramarinas” almejavam, além de riquezas, a posição de verdadeiros heróis.
Para ilustrar tal imaginário medieval presente na “iberidade” (GUARACY, 2009, P.19) Rucquoi (1995) aponta como D. Quixote vivenciava o “sonho cavalheresco” dos momentos finais da Idade Média hispânica. Sonho a partir do qual os primeiros descobridores da América buscavam encontrar a “fonte da juventude” e “Eldorado”.

Agora é tarde; BH, 02001002012; Publicado: BH, 0220502014.

Agora é tarde
O leite está derramado
A luz apagada
Quando era tempo de esperança
Fartura
Bonança
O futuro ficou esquecido
O passado não serviu de lembrança
O presente escorreu entre os dedos
Aí alguém gritou no mar
Agora é tarde
O navio levantou âncora
Zarpou
Embrenhou a quilha nas ondas
Ouviu-se um suspiro vindo lá do fundo
Sentiu-se a insegurança do gás carbônico que foi expelido
O oxigênio que foi inalado
Não apagou a impressão
Que cada mal estar causa
Quando as coisas não correm bem
Pressão alta
Veias entupidas
Tonturas
Suores
Calafrios
Sim
Agora é tarde
As dores estão aí
Orgânicas inorgânicas
Soluços abafados de vozes que sussurram
Murmúrios lamentosos de desesperança
Quem mandar não se preparar para o tempo do porvir?
Antes do tempo do porvir
São sentidos remorsos capitulações
Não há bastião para se apoiar
As badaladas do relógio são ouvidas
Como as últimas badaladas do coração
Ouviu-se um retinir de sinos bem distante
A manhã pode ser que seja melhor
Ressoam
Mas o amanhã é hoje
Ecoam o macabro agora é tarde
Baixou-se uma noite
Não há na memória
A lembrança de noite tão memorável
Não há registro dela na recordação
Foi uma noite que não trouxe sonhos
Notou-se
Nem pesadelos
Que noite estranha
Diferente
As entranhas dela não pariram madrugada
Uma eternidade depois
Quando enfim
Conheceu-se o dia
Descobriu-se numa parede um rabisco de negrito
Letras de palavras indecifráveis
Mas as pedras das paredes reverberavam
Agora é tarde

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Fantasmas do Passado

As composições que me compõem; BH, 01801002012; Publicado: BH, 0210502014.

As composições que me compõem
São as dos mesmos organismos dos elementos
Não faltam nem falham
Estão em todas as partes dos meus compostos
Orgânicos inorgânicos
Porém
As energias concentradas nos núcleos das partículas
Na formação das moléculas das minhas matérias
Inda não posso canalizá-las em alimentos para mim
Busco nas resistências destas coisas que sustentam-me
A minha resistência
Nas essências delas que estão as essências que faltam-me
Sem combustível não inflamo
Não destilo adrenalina
Não flui em mim testosterona
Libido sangue arterial
Oxigênio purificado
É por isto que tenho este aspecto de cadáver
Com aparência de muitos anos morto
Não tenho o ar circunspecto de defunto fresco
Morto recentemente
Encarquilhado
Como se fosse uma velha embarcação abandonada,
Nalgum porto por avaria
Sem conserto
Anelo desfrutar das minhas aragens
Para inflar novamente as minhas velas a navegar
Tenho uma esquadra que precisa de mares
De oceanos
De intermináveis caminhos marítimos
Que levam a continentes desconhecidos
O que mais gosto de fazer
É como um grande navegador
Comandar viagens
Que levam às grandes descobertas de novos mundos
Quando volto a mim
Venho carregado de especiarias
De tesouros roubados de piratas
Corsários bucaneiros
A reboque trago naus apreendidas
Suas cargas mercadorias pilhadas
Venho à toda
Com ventos favoráveis
Longe das calmarias
Deposito aos pés da minha rainha
Os baús com as joias mais raras
Com as pedras mais preciosas

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pedras; BH, 02001002012; Publicado: BH, 0190502014.

Pedras
Feliz do poeta que só teve uma pedra no meio do caminho
Caminho o
Feliz do poeta que só teve um caminho
Infeliz de mim
Malgrado meu
Pedras
Muitas pedras
Avalanches de pedras
São tudo que sempre houve em minha vida
Caminhos
Infeliz de mim
Malgrado meu
São inúmeros caminhos à minha frente
Quem diz que soube escolher um único caminho?
Escolhi justamente os pedregosos
Atulhados de espinhos
Ribanceiras
Barrancos
Escarpas
Que poeta feliz é esse
Cujo único problema
É uma pedra no meio do caminho?
Que poeta feliz é esse
Cujo destino é um caminho?
Desgraçado de mim
O que faço daquela pedreira?
O que faço daquela estrada margeada pela morte?
Como gostaria de ter obstáculo tão pequeno assim
Caminho tão estreito
Que uma pedra põe fim
Mas nem viver posso
Não posso nem mudar de lugar
Como muda o universo
Se tivesse só uma pedra nas minhas retinas
Se tivesse só um caminho na minha encruzilhada
Mas sou espírito de todos os encostos
Sou alma que todos os cemitérios querem para assustar os visitantes
Sou peça que todos os museus querem expor em local bem
Escondido por não ter a composição dalguma pedra caída do céu
Levam-me ao porão
Esquecem-me lá
Vem outro curador
Espana a poeira
Leva-me ao sótão
Abandona-me lá
É encargo demais
Se fosse pelo menos um Bedengó
Não nos causaria tantos transtornos
Que pedra é essa?
Em que caminho foi encontrada?
Só um poeta sabe responder
Guarda o segredo consigo

sábado, 17 de maio de 2014

Recolher-me-ei à minha casa; BH, 01801002012; Publicado: BH, 0170502014.

Recolher-me-ei à minha casa
À morada para refletir
Imaginar e afiar a percepção
Recolher-me-ei à minha pedra
Para assentar a cabeça
Divagar bem devagar
Perdido para encontrar a primeira peça
Do mecanismo que rege o organismo
Do equipamento que é o imaginário
Aqui neste exoplaneta escondido no
Mais distante sistema onde o pensamento pode chegar
Finalmente terei privacidade
Aqui neste exoplaneta pedra
Pequeno príncipe
Serei anônimo
Poderei nesta treva eterna ficar incólume
Quem me procurará aqui com incomodações
A querer de mim o que não quero de mim?
Que vastidão obscura
Que escuridão intransponível
Nem a luz é capaz de resistir nesta geração
É aqui que quero pairar para parir meus seres
Que povoarão meus mundos
Não precisarei gritar haja luz
Haja água
Não precisarei gritar nada
Nem à existência
Quem quiser
Mesmo que queir
Não tomará conhecimento do querer
Os diamantes serão infinitas noites
As pérolas luas de planetas inexistentes
Que não conhecem a luz
O ouro é o composto das cinzas dos núcleos apagados
De sóis extintos fundidos
O silêncio tão ensurdecedor
Que nem o primeiro choque registrado entre dois
Aglomerados de galáxias o encobrirá
Serei ou não serei esquecido para ser?
Inexistirei ou não inexistirei para existir em mim?
Terei a paz dos mortos mais densos
A paz sem luz
A paz sem bem
A paz sem mal
A paz sem deuses
A paz sem demônios
A paz sem céus
A paz sem infernos
A paz dum neurônio desobrigado de vibra
Para reverberar em si

sexta-feira, 16 de maio de 2014

PDG, Alvarenga Peixoto, 1455, 6; Olho à procura dum olho que enxergue mais do que o meu; BH, 0270102012; Publicado; BH, 0160502014.

Olho à procura dum olho que enxergue mais do que o meu
Que ajude-me a ver o que o meu olho seco não consegue ver
Todas as luzes estão acesas
Sinto que a madrugada é de trevas
Pego a lanterna
Saio na noite a procurar as sombras
Todas se escondem atrás dos monturos
Dos murundus
Como escondo-me da luz
Quando iluminam-me
Com os falsos holofotes da mediocridade
Inda sinto-me cravado no calvário da estupidez
Pregado no madeiro da ignorância
Luto para sobreviver sem a bizarrice
Fujo da morbidez que acompanha-me
Irmã gêmea siamesa xifópaga
Em toda esquina paro para escutar as palpitações
Assusto-me com o arrastar dos meus pés
Os meus murmúrios
Os meus sussurros
Oscilações metem-me medo
Corro das minhas vibrações
Reverbero-me nas quebradas a esconder-me
Das assombrações das minhas imagens refletidas nos espelhos
Em cada reflexo vejo um prisioneiro acorrentado
Indignado ainda
Então disse de voz embargada ao meu ouvido surdo
Mouco ou de mercador
Algo que não pude ouvir
Apesar de ser o mesmo que soprava algumas palavras
Que resgatassem-me das cinzas
Não foi desta vez que ressuscitei
Tentarei noutros patamares
Soprarei novas palavras
Alguma trará a mim a chave do meu segredo
Que abrirá meu cofre
Meu baú
Minha caixa preta
De pandora minha arca de Noé
Tumba de faraó
Sarcófago milenar
Olho de novo o velho
Vejo a olhar para mim
Um velho de novo

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Planalto, O Legado da Copa é Nosso.

Copa 2014
No lançamento do Compromisso Nacional pelo Emprego e Trabalho Decente na Copa do Mundo, nesta quinta-feira (15), a presidenta Dilma Rousseff ressaltou que o legado do Mundial fica para o povo brasileiro. Ela afirmou que os aeroportos, as obras de mobilidade urbana e os estádios ficam para o Brasil, enquanto os turistas “levam na mala” a garantia de ter visitado um país alegre e hospitaleiro.
“Nós podemos dizer, em alto e bom som: o legado da Copa é nosso. Porque ninguém que vem aqui assistir à Copa leva consigo na sua mala aeroportos, portos, obras de mobilidade urbana, nem tampouco estádios. Podem levar na mala a garantia de que esse é um país alegre e hospitaleiro. Agora, aeroportos ficam para nos, obras de mobilidade ficam para nós, estádios ficam pra nós. Isso que é a questão central dessa Copa e finalmente a ultima é que faremos sem sombra de duvida a Copa das Copas”, comentou.
Dilma deixou também uma mensagem de apoio à Seleção Brasileira de futebol. A presidenta afirmou que todos vão torcer juntos pela vitória do Brasil, e que quando isso acontece, sempre tivemos uma taxa de sucesso alta, ao mencionar os cinco títulos mundiais do País na Copa do Mundo.
“Quando nós, que somos todos ligados ao futebol, que vivemos futebol, que torcemos pela Seleção e torcemos seis vezes – essa vez já tô contando agora, essa nova vez já contei – que torcemos seis vezes pela nossa vitória e sempre tivemos taxa de sucesso alta. Vejam que nas seis vezes, ganhamos cinco, e a última podemos ganhar ainda. Somos capazes de fazer sim a Copa das Copas, e quero dizer que todos nós vamos juntos torcer pela vitória da nossa Seleção”, disse a presidenta.
Posted: 15 May 2014 01:00 PM PDT
Presidenta Dilma Rousseff participa de cerimônia no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PRPresidenta Dilma Rousseff participa de cerimônia no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Brasil virou a página da ameaça constante do desemprego, e hoje exibe uma das menores taxas do mundo e da própria história. Nesta quinta-feira (15), no lançamento do Compromisso pelo Trabalho Decente na Copa do Mundo, ela também ressaltou que foram criados novos empregos com carteira assinada.
“Conseguir um trabalho com carteira era raridade. O desemprego era uma ameaça sempre presente. Felizmente, o Brasil virou esta página da história. Hoje exibimos, com orgulho, uma das mais baixas taxas de desemprego do mundo e, sem dúvida, de nossa história. Mais emprego e mais emprego formal. Nos últimos 12 anos, chegamos a uma marca rara, que foi atingir 20 milhões de empregos com carteira assinada. Isso, junto com ampliação do crédito, valorização do salário mínimo, junto com todas as políticas de proteção social, como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, contribuiu para que o Brasil se transformasse naquele país em que houve a maior redução da desigualdade no mundo”, analisou.
Também sobre a questão do trabalho decente na Copa, Dilma disse que o Mundial é um momento especial no qual mostra para o mundo os passos importantes dados pela sociedade. Tais conquistas, segundo a presidenta, não vieram da noite para o dia, mas foi fruto de um esforço de emprego decente para todos sem discriminação, diferente do que aconteceu em outros países.
“Somos um país que nos últimos anos andou contra a corrente do que acontecia internacionalmente, enquanto no resto do mundo desempregavam, priorizava a redução da jornada de trabalho e ao mesmo tempo dos direitos trabalhistas, aqui temos uma situação diferenciada. Temos as menores taxas de desemprego do mundo, combinadas com cultura de negociação”, comentou a presidenta.
Posted: 15 May 2014 08:39 AM PDT
Presidenta Dilma Rousseff tira dúvidas sobre o Enem pelo Facebook. Foto: Roberto Stuckert Filho/PRPresidenta Dilma Rousseff tira dúvidas sobre o Enem pelo Facebook. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Em resposta a perguntas enviadas pela página do Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma forma democrática de garantir a todos os brasileiros e brasileiras maiores oportunidades de acesso à universidade. Nesta quinta-feira (15), em mais um Face to Face, ela afirmou que a diferença do Enem é que, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ele oferece vagas em várias instituições de ensino superior.
“O Enem é uma forma democrática de garantir a todos os brasileiros e brasileiras maiores oportunidades de acesso à universidade. Com o Enem, você pode participar de um processo seletivo em 115 instituições de uma só vez. O nosso objetivo é um processo de seleção que teste não só o conhecimento, mas também que avalie a capacidade analítica”, comentou.
Dilma explicou à outra internauta que a escolha da universidade, seja pelo Sisu, pelo Prouni, ou pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), é feita após a divulgação do resultado das provas do Enem. Ela também esclareceu que pessoas sem condições de pagar a taxa do exame podem pedir isenção no momento da inscrição, e que com uma única nota, é possível obter a certificação de conclusão do ensino médio e concorrer a vagas no Sisu ao mesmo tempo.
“As possibilidades são as seguintes: primeiro, se você fez o ensino médio, mas não concluiu você pode fazer o Enem. Se tirar mais de 450 pontos em cada uma das provas e 500 na redação, e tiver 18 anos ou mais, você recebe uma certificação de conclusão do ensino médio. Segundo, se já concluiu o ensino médio, você pode fazer o Enem e concorrer a uma das vagas nas universidades federais e públicas. Terceiro, durante todo o ensino médio é possível fazer o Enem”, escreveu.
Em relação à questão das cotas raciais, a presidenta afirmou que elas “integram as ações afirmativas necessárias para que superemos as consequências de 300 anos de escravidão e do racismo dela decorrente”. Ela também respondeu a perguntas sobre a correção de redações desconexas com o tema proposto pelo Enem.
“Agora o Enem está eliminando qualquer inserção indevida na prova de redação. Quem, na sua redação, incluiu, de acordo com o edital, “texto deliberadamente desconectado com o tema proposto” terá sua redação anulada e, portanto, não poderá utilizar o Enem para acessar a universidade”, ressaltou a presidenta.
Dilma ainda falou sobre o plano de segurança com relação às provas do Enem. Ela salientou que o esquema é melhorado a cada ano, e que a segurança é importante para garantir a isonomia do exame.
“Todas as pessoas que participam têm igualdade de oportunidade. Hoje, temos um amplo acordo com todas as secretarias de segurança dos Estados no País, ao mesmo tempo que as áreas de inteligência da Polícia Federal e das Forças Armadas dão amplo suporte a segurança do Enem. Por sua vez, a Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Rodoviárias Estaduais prestam apoio principalmente no transporte das provas”,  respondeu.
Posted: 15 May 2014 04:40 AM PDT
face to face_ENVIE blogNesta quinta-feira (15), a presidenta Dilma Rousseff participa de mais um Face to Face na página do Palácio do Planalto no Facebook. A partir das 9h30, Dilma responde a perguntas sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que está com inscrições abertas até o dia 23 deste mês, no site do Ministério da Educação.
Enem
No Café com a Presidenta desta segunda (12), Dilma falou sobre as oportunidades que o Enem abre para todos os jovens, democratizando o acesso à educação e valorizando o esforço de cada uma das pessoas que querem estudar.
“Em primeiro lugar, a nota do Enem é o critério de seleção usado para que os estudantes tenham acesso às universidades públicas, federais e estaduais, e aos nossos institutos federais de educação profissional e tecnológica. (…) Em segundo lugar, a nota do Enem também é adotada como critério de seleção para o ProUni (…). Em terceiro lugar, com base no Enem, os estudantes também podem contratar o Fies (…). Em quarto lugar, o Enem abre as portas das melhores universidades do mundo aos nossos estudantes pelo programa Ciência sem Fronteiras. E, em quinto, a nota do Enem ajuda ainda a conseguir vaga nos cursos técnicos de nível médio do Pronatec por meio do Sisutec”, destacou a presidenta Dilma.
Posted: 15 May 2014 03:45 AM PDT
Agenda presidencial
Nesta quinta-feira (15), a presidenta Dilma Rousseff se reúne, às 9h30, com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, no Palácio da Alvorada. Às 11h, ela recebe o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, no Palácio do Planalto.
Às 15h, Dilma participa da cerimônia de lançamento do Compromisso Nacional pelo Emprego e Trabalho Decente na Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. À noite, Dilma recebe cronistas esportivos para jantar, no Palácio da Alvorada, às 19h30.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, LEI DE MÍDIA, JÁ.

247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avançou na defesa de uma nova legislação para regular o funcionamento dos meios de comunicação de massa, a chamada Lei de Mídia, ou de Meios. Até o discurso feito ontem na abertura do 2º Encontro Nacional de Diários do Interior, em Brasília, o ex-presidente sempre fora um crítico do noticiário dos veículos da mídia nacional, de perfil tradicional e familiar, mas não havia deixado tão claro o quanto considera importante mudar a legislação do setor.
- O Código de Telecomunicações é de 1962, quando não havia nem televisores no Brasil, mas televizinhos, como diz o Franklin Martins, divertiu-se o ex-presidente diante da plateia. Além do ex-ministro da Secretaria de Comunicação, principal incentivador de uma Lei de Mídia dentro do governo e do PT, Lula também citou o ex-secretário-geral da Presidência Luiz Dulci, defensor da mesma posição.
- Uma das mudanças mais importantes que fizemos nestes 11 anos foi democratizar o critério de programação da publicidade oficial, afirmou Lula. Em seguida, fez uma comparação de causar impacto:
- Quando chegamos ao governo, a publicidade oficial era veiculada em anunciava em 249 rádios e jornais. Em 2009, o governo federal já estava anunciando em 4.692 rádios e jornais de todo o país, cotejou.
Lula frisou que considera completamente distorcidas as coberturas jornalísticas feitas pela "mídia nacional" sobre, sem exceção, todos os programas de inclusão social de sua gestão e da presidente Dilma Rousseff. Iniciando pela história da implantação do Fome Zero, Lula assinalou que viu os jornais de maior circulação e as principais emissoras de televisão – sem citar o nome de nenhum veículo, empresa ou família detentora – atacarem, desdenharem, criticarem, encobrirem e não reconhecerem os resultados das seguintes ações de governo: Luz Para Todos, Mais Alimentos, Mais Médicos, Minha Casa, Minha Vida, ProUni, Reuni, Fies, o Samu e, ainda, o BNDES. Ufa!
Para cada programa, citou lembranças de como vem sendo a cobertura nos jornalões e resgatou que as maiores agências de publicidade criticam o governo quando verbas foram redivididas:
- Reclamaram quando o Luiz Dulci incluiu a imprensa regional na programação de publicidade do governo federal.
E reclamaram ainda mais quando o Franklin Martins aprofundou a política de democratização da publicidade, abrangendo as empresas estatais, sublinhou.
Lula prosseguiu:
- Diziam (as agências) que para falar com o Brasil bastava anunciar nos jornais de circulação nacional e nas redes de rádio e TV. Hoje é fácil ver como estavam errados, pois a imprensa regional está cada vez mais forte. São 380 diários que circulam 4 milhões de exemplares por dia, de acordo com os dados da ADI-Brasil.
Antes da íntegra do pronunciamento de Lula, que já reacendeu o debate sobre uma Lei de Mídia, um dos pontos altos do discurso ao 2º Encontro dos Diários do Interior:
- Os grandes jornais nunca deram valor ao Luz Pra Todos, mas quando o programa superou todas as expectativas e alcançou 15 milhões de brasileiros, um desse jornais deu na primeira página: "1 milhão de brasileiros ainda vivem sem luz". Está publicado, não é invenção, riu-se Lula.
Abaixo, a íntegra:
É sempre um prazer dialogar com os jornalistas e empresários da imprensa regional brasileira. Por isso agradeço o convite da Associação dos Diários do Interior do Brasil para participar desse Congresso.
Vocês acompanharam as transformações que ocorreram no Brasil nesses 11 anos e que beneficiaram o conjunto do país, não apenas os privilegiados de sempre ou as grandes capitais.
Sabem exatamente como essa mudança chegou às cidades médias e aos mais distantes municípios.
O Brasil antigo, até 2002, era um país governado para apenas um terço dos brasileiros, que viviam principalmente nas capitais. A grande maioria da população estava condenada a ficar com as migalhas; excluída do processo econômico e dos serviços públicos, sofrendo com o desemprego, a pobreza e a fome.
Os que governavam antes de nós diziam que era preciso esperar o país crescer, para só depois distribuir a riqueza. Mas nem o país crescia o necessário nem se distribuía a riqueza.
Nós invertemos essa lógica perversa, adotando um modelo de desenvolvimento com inclusão social. Criamos o Fome Zero e o Bolsa Família, que hoje é um exemplo de combate à pobreza em muito países.
Adotamos uma política de valorização permanente do salário e de expansão do crédito, que despertaram a força do mercado interno, e ao mesmo tempo garantimos a estabilidade, controlando a inflação e reduzindo a dívida pública.
O resultado vocês conhecem: 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, 42 milhões alcançaram a classe média e mais de 20 milhões de empregos foram criados.
O Brasil não é mais um país acanhado e vulnerável. Não é mais o país que seguia como um cordeirinho a política externa ditada de fora. Não é só o país do futebol e do carnaval, embora tenhamos orgulho da alegria e do talento do nosso povo.
O Brasil tornou-se um competidor global – e isso incomoda muita gente, contraria interesses poderosos.
A imprensa cumpre o importante papel de traduzir essa nova realidade para a população. E isso não se faz sem uma imprensa regional fortalecida, voltada para aquela grande parcela do país que não aparece nas redes de TV.
Todo governo democrático tem a obrigação de prestar contas de seus atos à sociedade. E tem obrigação de divulgar os serviços públicos à disposição da população.
A publicidade oficial é o instrumento dessa divulgação, que se faz em parceria com os veículos de imprensa – desde a maior rede nacional até os jornais do interior profundo do país.
Uma das mudanças mais importantes que fizemos nestes 11 anos foi democratizar o critério de programação da publicidade oficial.
Quero recordar que esta medida encontrou muito mais resistências do que poderíamos imaginar, embora ela tenha sido muito importante para aumentar a eficiência da comunicação de governo.
Essa medida foi também uma questão de justiça, para reconhecer a importância do interior no desenvolvimento do Brasil.
Quando o companheiro Luiz Gushiken, que era o ministro da Secom em meu primeiro mandato, começou a democratizar a publicidade oficial, muita gente foi contra.
As agências de publicidade, os programadores de mídia e os representantes dos grandes veículos achavam que era uma mudança desnecessária.
Reclamaram quando o Luiz Dulci incluiu a imprensa regional na programação de publicidade do governo federal.
E reclamaram ainda mais quando o Franklin Martins aprofundou a política de democratização da publicidade, abrangendo as empresas estatais.
Diziam que para falar com o Brasil bastava anunciar nos jornais de circulação nacional e nas redes de rádio e TV.
Hoje é fácil ver como estavam errados, pois a imprensa regional está cada vez mais forte. São 380 diários que circulam 4 milhões de exemplares por dia, de acordo com os dados da ADI-Brasil.
Isso ocorre porque temos políticas que levam progresso e inclusão social ao interior do país.
De cada 3 empregos criados no ano passado, 2 se encontram em cidades do interior e apenas 1 nas regiões metropolitanas.
Nunca antes o governo federal investiu tanto no desenvolvimento regional, para combater desequilíbrios injustos e injustificáveis.
Nunca antes a relação entre o governo federal, os Estados e as prefeituras foi tão republicana quanto nestes 11 anos.
E são jornais do interior – e não os veículos nacionais – que traduzem essa realidade.
Quando chegamos ao governo, a publicidade oficial era veiculada em anunciava em 249 rádios e jornais. Em 2009, o governo federal já estava anunciando em 4.692 rádios e jornais de todo o país.
Meus amigos, minhas amigas
Pediram-me para contar aqui uma experiência com a imprensa regional no período em que fui presidente da República. Vou contar o que aprendi comparando a cobertura da imprensa regional com a que fazem os grandes jornais.
Quando o Luz Pra Todos chega numa localidade rural ou numa periferia pobre, está melhorando a vida daquelas pessoas e gerando empregos. Isso é uma notícia importante para os jornais da região.
Os grandes jornais nunca deram valor ao Luz Pra Todos, mas quando o programa superou todas as expectativas e alcançou 15 milhões de brasileiros, um desse jornais deu na primeira página: "1 milhão de brasileiros ainda vivem sem luz". Está publicado, não é invenção.
Onde é que estava esse grande jornal quando 16 milhões de brasileiros não tinham luz?
Quando chega o momento de plantar a próxima safra, são os jornais regionais que informam sobre as datas, os prazos, os juros e as condições de financiamento nas agências bancárias locais.
Mas na hora de informar à sociedade que em 11 anos o crédito agrícola passou de R$ 30 bilhões para R$ 157 bilhões, o que a gente lê num grande jornal é que a inflação pode aumentar porque o governo está expandindo o crédito.
Quando uma agência bancária da sua cidade recebe uma linha do BNDES pra financiar a compra de tratores e veículos pelo Mais Alimentos, vocês sabem que isso aumenta a produtividade e aquece o comércio local. É uma boa notícia.
Mas quando o programa bate o recorde de 60 mil tratores e 50 mil veículos financiados, a notícia em alguns jornais é que o governo "está pressionando a dívida interna bruta".
Quando nasce um novo bairro na cidade, construído pelo Minha Casa Minha Vida, essa é uma notícia local muito importante.
Mas um programa que contratou 3 milhões de unidades, e já entregou mais da metade, só aparece na TV e nos grandes jornais se eles encontram uma casa com goteira ou um caso qualquer de desvio.
Quando o governo federal inaugura um hospital regional, isso é manchete nos jornais de todas as cidades daquela região. O mesmo acontece quando chega o SAMU ou um posto do Brasil Sorridente.
Mas lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo das quase 300 UPAs, 3 mil ambulâncias do SAMU e mais de mil consultórios odontológicos que foram abertos por todo o país nestes 11 anos.
A maior cobertura de políticas públicas que os grandes jornais fizeram, nesse período, foi para apoiar o fim da CPMF, que tirou R$ 50 bilhões anuais do orçamento da Saúde.
Quando sua cidade recebe profissionais do Mais Médicos, vocês sabem o que isso representa para os que estavam desatendidos. Vão entrevistar os médicos, apresentá-los à população.
Mas quando 15 mil profissionais vão atender 50 milhões de pessoas no interior do país, a imprensa nacional só fala daquela senhora que abandonou o programa por razões políticas, ou daquele médico que foi falsamente acusado de errar numa receita.
Quando um novo câmpus universitário é aberto numa cidade, os jornais da região dão matérias sobre os novos cursos, as vagas abertas, debatem o currículo, acompanham o vestibular.
Lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo que nestes 11 anos foram criadas18 novas universidades e abertos 146 novos campi pelo interior do país.
É nos jornais do interior que se percebe a mudança na vida de milhões de jovens, porque eles não precisam mais sair de casa, deixar para trás a família e os valores, para cursar a universidade.
O número de universitários no Brasil dobrou para 7 milhões, graças ao Prouni, ao Reuni e ao FIES. Os grandes jornais não costumam falar disso, mas são capazes de fazer um escândalo quando uma prova do ENEM é roubada de dentro da gráfica – que por sinal era de um dos maiores jornais do país.
Quando uma escola técnica é aberta numa cidade do interior, essa é uma notícia muito importante para os jovens e para os seus pais, e vai sair com destaque em todos os jornais da região.
Quando eu informo que nesses 11 anos já abrimos 365 escolas técnicas, duas vezes e meia o que foi feito em século neste país, os grandes jornais dizem apenas que o Lula "exaltou o governo do PT e voltou a atacar a oposição".
Quando chega na sua cidade um ônibus, um barco ou um lote de bicicletas para transportar os estudantes da zona rural, essa é uma boa notícia.
O programa Caminho da Escola já entregou 17 mil ônibus, 200 mil bicicletas e 700 embarcações, para transportar 2 milhões de alunos em todo o país. Mas só aparece na TV se faltar combustível ou se o motorista do ônibus não tiver habilitação.
Eu costumo dizer que os grandes jornais me tratam muito bem. Mas eu gostaria mesmo é que mostrassem as mudanças que ocorrem todos os dias em todos os cantos do Brasil.
Meus amigos, minhas amigas,
Quanto mais distante estiver da realidade, mais vai errar um veículo de comunicação. Basta ver o que anda publicando sobre o Brasil a imprensa econômica e financeira do Reino Unido.
O país deles tem uma dívida de mais de 90% do PIB, com índice recorde de desemprego, mas eles escrevem que o Brasil, com uma dívida líquida de 33%, é uma economia frágil.
Não conheço economia frágil com reservas de US$ 377 bilhões, inflação controlada, investimento crescente e vivendo no pleno emprego.
Escrevem que os investidores não confiam no Brasil, mas omitem que somos um dos cinco maiores destinos globais de investimento externo direto, à frente de qualquer país europeu.
Dizem que perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha deles. Mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou mais de 10 milhões de novos empregos.
O que eu lamento é que alguns jornalistas brasileiros fiquem repetindo notícias erradas que vêm de fora, como bonecos de ventríloquo. Isso é ruim para a imprensa, porque o público sabe distinguir o que é realidade do que não é.
Alguns jornalistas dos grandes veículos passaram o ano de 2013 dizendo que a inflação ia estourar, mas ela caiu. Passaram o ano dizendo que a inadimplência ia explodir, mas ela também caiu.
Diziam que o desemprego ia crescer, e nós terminamos o ano com a menor taxa da história. Chegaram a dizer que o Brasil entraria em recessão, mas a economia cresceu 2,3%, numa conjuntura internacional muito difícil.
Eu gostaria que esses jornalistas viajassem pelo interior do país, conhecessem melhor a nossa realidade, estudassem um pouco mais de economia, antes de repetir previsões pessimistas que não se confirmam.
E vou continuar defendendo a liberdade de imprensa e o direito de opinião, porque sei que, mesmo quando erra, a imprensa livre é protagonista essencial de uma sociedade democrática.
Meus amigos, minhas amigas,
A democracia é o único sistema que permite transformar um país para melhor. E ela não existe sem que as pessoas participem diretamente da vida política. Por isso digo sempre aos jovens: se querem mudar a política, façam política. E façam de um jeito melhor, diferente. Negar a política é o caminho mais curto para abolir a democracia.
Aprimorar a democracia significa também garantir ao cidadão o direito à informação correta e ao conhecimento da diversidade de ideias, numa sociedade plural. Esse tema passa pela construção do marco regulatório da comunicação eletrônica, conforme previsto na Constituição de 1988.
O Código Brasileiro de Telecomunicações é de 1962, quando no país inteiro havia apenas 2 milhões de aparelhos de TV. Como diz o Franklin Martins, havia mais televizinhos do que televisores.
É de um tempo em que não havia rádio FM, não havia computadores, não havia internet. De um tempo em que era preciso marcar hora para fazer interurbano.
No Brasil de hoje é preciso garantir a complementariedade de emissoras privadas, públicas e estatais. Promover a competição e evitar a contaminação do espectro por interesses políticos. Estimular a produção independente e respeitar a diversidade regional do país.
Uma regulação democrática vai incentivar os meios de comunicação de caráter comunitário e social, fortalecer a imprensa regional, ampliar o acesso à internet de banda larga. Por isso foi tão importante aprovar o Marco Civil da Internet.
Este é o desafio que se apresenta aos meios de comunicação, seus dirigentes e seus profissionais, nesse novo Brasil: o desafio de ser relevante num país com uma população cada vez mais educada, com um nível de renda que favorece a independência de opinião e com acesso cada vez mais amplo a outras fontes de informação.
Quero cumprimentar a ADI-Brasil, mais uma vez, pela realização desse Congresso, e dar os parabéns aos seus associados, que levam notícias para a população do interior desse imenso país.
Muito obrigado.