Vem morar comigo mulher,
No meu barraco alabastrim,
Que tem a cor
E a propriedade do alabastro,
Espécie de mármore,
Muito branco e pouco resistente;
Brancura de papelão,
Parede de compensado
E teto de zinco;
Vem comigo mulher,
Meu serviço à la carte,
Usado para a refeição,
Em que há a possibilidade,
De escolha de pratos,
Entre os relacionados,
Nos cardápios de um restaurante,
Arroz, feijão e farinha;
Mas o barraco é álacre,
Domingo de samba alegre,
Noite de pagode esperto,
Cama de colchonete,
Cobertor de alacridade,
Vigor no amor;
Entusiasmo no prazer,
Meu barraco aladeirado,
O mais alto da ladeira,
Mas contigo aqui;
Malandro nenhum vai se meter,
Senão o bicho pegar
E aqui em cima,
Não precisa ser alado,
Pra sentir-se a voar,
Igual a um pássaro;
Vamos estar tão perto do céu,
Que vai parecer, que temos asas;
Vem morar comigo mulher,
Sai desse alagadiço,
Desse mundo pantanoso,
Onde tu te alagas de lágrimas;
Sai do alagado, vem para o céu dourado,
Vem para o meu lado, o lado do amor.
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