quinta-feira, 30 de junho de 2011

Não consigo imaginar nada; RJ, 0220501997; Publicado: BH, 0300602011..

Não consigo imaginar nada
Não vai dar mesmo certo
Minha cabeça fundiu derretida
Faliu de vez também estou sem
Inspiração sublime gostaria de
Poder escrever algo que fosse
Útil a alguém vivo gostaria de
Pensar algo nobre que ser
Humano algum talvez jamais
Teve a ousadia lúcida de pensar
Claramente sério para abrir
Fronteiras abissais clareiras
Intransponíveis no passado
A apresentar hoje desvendadas
No tempo como veias abertas
Aortas escancaradas a jorrar
Cachoeiras de sangue de poemas
Desesperados que se debatem
Em plana era moderna nesta
Época atual de internautas
Vanguardistas argonautas todos
Outros nautas os muitos nautas
Sem nada que possa aproveitar de
Seus cérebros eletrônicos que
Desbancam velhas cabeças
Carcomidas cheias de cabelos
Piolhos sarnas donde fluem
Pérolas raras que todos os Deep
Blue juntos não são capazes de
Formar chamai-me o carrasco
Agora ponhais minha cabeça no
Cepo vivai com os vossos
Computadores que vou-me embora
Com putas dores de cabeça
Que me dais cronicamente

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