De Dona Mística 
Quantas vezes no caos destes meus longos dias 
Eu ouço a tua voz de perdão e de queixa, 
E te vejo surgir, à hora em que aparecias,
Solta a faixa da tua ensombrada madeixa!
Tarde louca de abril; gemem ave-marias 
Pelas naves; o luar o mundo inteiro enfeixa
Num ramalhete de ouro estelar: nostalgias 
Que o ocaso em funeral pelo infinito deixa. 
Do alto onde estás, volves o teu olhar clemente: 
Andas no céu. Toda a minha Alma é um sol no poente, 
Onde morre a visão dos meu dias felizes… 
Uma saudade cruel o coração me corta; 
Recordo-me de ti como de alguma morta 
Que me tivesse amado em longínquos países…
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