quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Alphonsus de Guimaraens, Electa Ut Sol V; BH, 0290202012.

De Dona Mística 


Quantas vezes no caos destes meus longos dias 


Eu ouço a tua voz de perdão e de queixa, 


E te vejo surgir, à hora em que aparecias,


Solta a faixa da tua ensombrada madeixa!


Tarde louca de abril; gemem ave-marias 


Pelas naves; o luar o mundo inteiro enfeixa


Num ramalhete de ouro estelar: nostalgias 


Que o ocaso em funeral pelo infinito deixa. 


Do alto onde estás, volves o teu olhar clemente: 


Andas no céu. Toda a minha Alma é um sol no poente, 


Onde morre a visão dos meu dias felizes… 


Uma saudade cruel o coração me corta; 


Recordo-me de ti como de alguma morta 


Que me tivesse amado em longínquos países…

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