quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Alameda das Princesas, 756, 102; BH, 0201002012; Publicado: BH, 0150102015.

Negro é sangue de meu sangue
Sou sangue de negro meu sumo
Meu suco meu muco são das
Origens negras meus espermas
Meus óvulos são de negros dos
Negros são meus meu Deus é
Negro minha religião é negra
Meu mundo é todo o mundo negro
As danças os ritos os cultos os
Rituais as macumbas os sambas
As umbandas os meus santos são
Negrinhos do Pastoreio Beneditos
Beneditas minha igreja é a igreja
Negra das tribos africanas das
Tabas indígenas das aldeias ciganas
Adoro ao Sol adoro a Lua adoro
A Força da Gravidade mas não
Sei quem os criou adoro aos Ventos
As Tempestades os Raios Trovões
Maremotos Terremotos Tsunamis
Adoro todas as forças que mudam o
Universo de lugar fazem parar o
Tempo fazem o sol esfriar adoro
As estrelas que a milhares de
Quilômetros de distância são capazes
De me encantar adoro o infinito não
O deixo de endeusar na imortalidade
Das letras na eternidade das palavras
Na posteridade das coisas que não
Posso deixar de adorar não posso
Adorar nem seguir nada criado
Pelos homens nem deuses nem
Religiões porém sigo aos meus livres
Pensamentos sem querer convencer
De nada a ninguém penso com a
Minha própria cabeça certo ou errado
Da maneira que nasci sozinho
Sozinho vou para o buraco

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